Conta-me Histórias: Ano Novo nos Açores

Agora que começou não há volta a dar: ontem publiquei o primeiro dos 12 contos a que me desafiei este ano. O projecto Conta-me Histórias começou oficialmente ontem e, como prometido, hoje falo-te do processo de criação do conto. Planeio fazer sempre assim: publico o conto num dia e no dia seguinte falo do processo aqui. Antes de começar, e porque o que se segue contém informações sobre o “Ano Novo nos Açores”, se ainda não o fizeste, podes e deves:

A primeira ideia

Quando apresentei o projecto, comecei logo a pensar no primeiro conto. Queria tê-lo escrito ainda em Dezembro, mas não tive tempo. A minha primeira ideia consistia numa personagem (não sabia o género) que acordava no dia 1 de Janeiro, depois de uma festa de passagem de ano, numa cama desconhecida. Essa era a tradição da personagem: começar o ano novo numa cama diferente. Nesse ano, no entanto, a personagem queria mudar e fazer algo diferente. No final ficava tudo igual.

Esta era a primeira ideia, mas à medida que pensava nela percebi que não tinha muitas ideias para dar algum conteúdo à história e, honestamente, não estava muito contente com a ideia. Queria algo diferente. Só tinha certezas em relação a querer algo que tivesse a ver com o ano novo. Lembrei-me então de confrontar duas personagens com visões diferentes da passagem de ano.

Os nomes das personagens

Quem me segue no Instagram (@asofiaworld) teve oportunidade de ver, nas Stories, que pedi sugestões de nomes. A Joana e a Letícia foram as primeiras a responder e sugeriram, respectivamente, Tobias e Letícia. Gosto muito do nome Letícia e achei Tobias tão original que decidi usar ambos. Nos próximos contos vou usar os outros nomes que sugeriram. No entanto, quando pedi sugestões de nomes, ainda não sabia realmente o que ia escrever, só tinha a ideia das duas personagens.

O título

Não tinha ideia nenhum do título que ia dar ao conto. Depois de o escrever ainda continuava sem ideias então achei que a forma mais segura era usar algo que fosse dito na história. E assim surgiu o Ano Novo nos Açores. Tenho uma grande dificuldade em dar títulos porque nem sempre tenho ideias e depois é uma complicação escolher.

A escrita

Quis começar com um conto curto e estabeleci, para mim, que queria escrever 5 mil caracteres e acabei por chegar aos 5900, o que deu mil palavras. Quando ultrapassei a introdução tudo o resto surgiu naturalmente na minha cabeça, excepto o final. Sabia que queria que eles estivessem numa festa má e que um deles fosse ter com o outro e decidissem ir para outro lugar. Mas a partir dali queria algo diferente: e tive de pensar num pequeno twist para a história não ser só viram-se numa festa, foram para outra e fim. Aborrecidinho.

Foi então que me lembrei de que tinha muito mais piada se, na verdade, eles se conhecessem. E ainda melhor se, na verdade, até tivessem algum tipo de história entre eles. Quando cheguei a esta ideia tudo o resto foi muito mais simples de concluir e escrevi o conto bem rápido.

As vantagens dos contos

Não escrevia um conto desde que, no primeiro ano de curso, tive de escrever um para TEP. A parte boa é que escrever um conto exige menos do que um livro: menos palavras, menos descrições do ambiente e das personagens. É uma boa forma de treinar a escrita antes de abraçar projectos maiores.

Podes acompanhar todo o projecto Conta-me Histórias aqui.

8 Replies to “Conta-me Histórias: Ano Novo nos Açores”

  1. Ainda agora começaste e já sinto que vou amar esta dinâmica, porque acho sempre interessante perceber o processo de construção 🙂
    O conto já está aberto num novo separador, porque quero lê-lo ainda hoje!

  2. Sofia, esta ideia é super original e criativa. Quanto ao conto, gostei imenso. Como é que uma história pequena pode dar uma volta tão grande e ser capaz de nos envolver em tão poucos segundos (e nos fazer exclamar "ahhh, afinal…"). O facto de estar bem escrito também ajuda este envolvimento e curiosidade. Dou-te os parabéns!

  3. Gostei imenso deste conto! Aliás, nunca mais me esquecerei do facto de ter sido dos poucos textos que li do início ao fim, tendo em contra a atribulação da altura! Tenho a certeza que os restantes contos terão imenso conteúdo e sucesso! ♥

    LYNE, IMPERIUM BLOG

partilha a tua teoria...