Da última vez que houve eleições legislativas em Portugal eu ainda não tinha idade para votar. No entanto, fui eu quem pediu à minha mãe para votar no partido no qual ela votou. Há dois anos, quando foram as eleições autárquicas, eu já podia votar mas não fui. Sinceramente, houve muitas coisas nessa campanha que me desagradaram e não queria votar em nenhum dos candidatos a Presidente da Câmara de Trancoso. Depois acabei por votar na semana seguinte pois as eleições para a Junta de Freguesia tiveram de ser repetidas já que as duas listas candidatas empataram. Também não votei nas europeias porque, perdoem-me, não me senti esclarecida o suficiente para poder votar.
No entanto, este ano o caso mudou de figura. Queria votar. Porque não vejo futuro para mim neste país e quero mudar isso. Queria votar porque este momento é decisivo para o país e nunca me sentiria bem comigo se não votasse. Não votei branco ou nulo porque também não me sentiria bem comigo.
Já muita gente sabe que quero viver no estrangeiro mas, ainda assim, eu preocupo-me com o futuro deste país. Quero saber que a minha mãe vai ter uma reforma e vai ter condições de vida decentes. Quero saber que, se pretender viver e trabalhar cá, vou poder fazê-lo, que, se tiver os meus filhos cá, eles vão crescer num país que os trata bem.
Eu percebo que, para muita gente, a abstenção possa ser uma forma de protesto (para outros é uma forma de preguiça) mas não querem sentir que tentaram melhorar o país? Eu não percebo muito de política e já o disse muitas vezes, mas acho que o voto é importante e, para não votar, chegam bem aqueles que, por força de muitas burocracias, não o poderão fazer.
Já fui votar. O acto em si nem dois minutos demorou. Existem guarda-chuvas por isso a chuva não é desculpa. Se forem votar agora também podem ver a bola descansados. Posto isto, qual é a desculpa para não votarem?
Eu sou das que acha que não ir votar não é uma forma de protesto mas sim uma demonstração de indiferença, preguiça e desinteresse. Só pude votar nas Europeias mas fi-lo e hoje, depois do almoço, voltarei a exercer esse direito. Ficar em casa é que não…
Para mim, a melhor forma de protesto é votar e não votar nos partidos que consideram que não fazem um bom trabalho.
Só este ano é que despertou em mim o interesse de conhecer este senhores e senhoras, vi os debates, ouvi os debates e ainda vi carros e o presidente da câmara daqui. Aprendi qualquer coisa e lá fui eu exercer o meu direito e dever.
Este ano também decidi investigar mais sobre os vários partidos, até porque antes não tinha a responsabilidade de votar.