Gui: Sim. E como o Rodrigo estava a falar há pouco na questão do conservatório e das harmonizações, o nosso estilo de música, pelo facto de ter muitas harmonizações, acaba por ir buscar um bocadinho do que é o cante alentejano. No nosso estilo de música trazemos um bocadinho das nossas raízes, do Alentejo.
Gui: O receio aumenta mais, efectivamente, até ao dia 20 de Novembro [dia em que foi o lançamento do álbum]. Esse será o dia em que esse receio pode abalar ou pode piorar. O nosso álbum pode ser considerado um álbum lançado de forma segura ou um álbum bastante arriscado: seguro porque tem bastantes estilos, mas também pode ser bastante arriscado porque tem demasiados estilos diferentes e as pessoas podem ficar um bocadinho confusas. O objectivo deste álbum é mesmo mostrar o que é que os ÁTOA conseguem fazer, o que é que são. Acho que pode agradar a todos os gostos possíveis. O receio vai aumentando. Acho que a cada dia que passa estou mais receoso… tu estás contente com o trabalho feito no álbum mas depois sabes que o teu trabalho, enquanto artista, depende do gosto do público e não sabes se as pessoas vão gostar ou não. Um ano de trabalho está dependente de um disco e esse disco está dependente do gosto das pessoas.
Mas, até agora, têm tido boas reacções [o álbum saiu em exclusivo no MEO Music, uma semana antes do lançamento oficial]…
Gui: Desde que saiu no MEO Music temos tido reacções bastante positivas e isso tem sido um alívio.
E isso ajuda a terem uma noção do que pode vir aí…
Gui: Dá-nos um feedback… pode ou não despertar um interesse no público, pelo restante trabalho. É totalmente compreensível que, tendo apenas duas músicas no Youtube, lançando o álbum, as pessoas pensem não conheço o trabalho deles, não sei o que é que eles têm mais… vou comprar o álbum para ouvir duas músicas? Acho que o MEO Music facilita bastante.
As redes sociais também vos ajudam nisso…
Gui: Felizmente as nossas redes sociais têm aumentado a nível de pessoas a seguir-nos e a comentar. Isso para nós também é bom; sabemos sempre o lado do público e fazemos o nosso trabalho em função disso. Um trabalho de artista depende muito da opinião do público e as redes sociais facilitam isso. De vez em quando há sempre alguém que dá uma opinião sobre qualquer coisa…
Eu sei que vocês tentam responder praticamente a tudo…
Gui: Sim, sim, tentamos ao máximo manter os nossos seguidores por perto. São eles que fazem com que tudo isto aconteça.
É também uma forma de agradecimento da vossa parte?
Gui: Claro que sim!
Com todo este sucesso, não têm receio de deixar de ter os pés no chão?
Gui: O mundo da música é um mundo que muda bastante, pode ser do oito ao oitenta. Nós sendo miúdos de 18, 19 anos… é a idade da maluqueira, o pessoal quer é divertir-se e aproveitar a vida ao máximo. Nós sempre conversámos que subir demasiado alto às vezes não é assim tão bom. Às vezes é preferível subir degrau a degrau e manteres os pés assentes na terra a estares a subir muito alto para depois a queda ser trágica e correr bastante mal. Acho que temos tido os pés assentes na terra. O início dos ÁTOA e termos oportunidades fantásticas impingiu em nós uma certa responsabilidade, quase uma injecção de medo para ver qual seria a nossa reacção e acho que o álbum vai ser o desfecho de tudo isso.
O que diferencia os ÁTOA?
Mário: Nós temos um baby John! (risos)
Rodrigo: Somos genuínos e o álbum reflecte isso.
João: Há uma coisa que é um pouco bruta mas não podia dizer melhor o que os ÁTOA têm de que os torna únicos: as onze músicas que temos no álbum. Mesmo que seja parecido a isto ou aquilo é nosso, foi feito por nós.
Quem é o menino d’ouro da banda?
Mário: É o João!
E o mais inquieto?
João: Inquieto no sentido de inquieto é o Mário, no nosso sentido de inquieto é o Guilherme.
ó sofia é assim… odeio-te —
Aiii, "ódio" é uma palavra muito forte :c