fitas, despedidas e cenas

Esta semana dei a minha última fita. Das fitas que espero receber a tempo da Bênção não resta uma. Desde a primeira fita que entreguei e que se perdeu algures entre Torres Vedras, Foz Côa ou Trancoso, à primeira fita que escrevi, à primeira fita que recebi escrita (e que me fez chorar rios)… há toda uma mística em entregar fitas. Começar a fazer uma lista de pessoas, riscar pessoas da lista, perceber quem são as pessoas cujas palavras queremos ler e ver a reacção delas quando sabem que existe uma fita que elas vão ter de escrever.

A menos de quatro semanas da Bênção e do fim das aulas, multiplicam-se as fitas recebidas e as despedidas inevitáveis, com direito a discursos de fazer chorar meio mundo. Todo este clima de fim está a ser incrivelmente emotivo. Parece inacreditável, mas já passaram três anos.

Nestes três anos houve tantas pessoas a passar na minha vida e ficaram tão poucas de antes. A última fita teve impacto por ser a última, claro. Mas teve ainda mais impacto pela pessoa a quem a dei, por ser a pessoa que é, por tudo o que essa pessoa não era quando esta etapa começou e por tudo o que passou a ser. Mas, acima de tudo, teve impacto porque, independentemente do conteúdo que a fita vá ter, eu vou sempre gostar daquela fita.

Quem diria que ia custar tanto começar a preparar o adeus…

A fita da imagem é a que o Jota me escreveu. Veio acompanhada de um postal fofinho da Suíça e de palavras muito queridas.

6 Replies to “fitas, despedidas e cenas”

  1. Tenho pena que aqui na Universidade do Minho não se escrevam fitas, só se escrevem dedicatórias no tricórnio.
    Deve ser algo bastante comovente e emocionante receber fitas de quem mais gostamos :).
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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