Já perdi conta ao número de vezes que li este livro. O Goodreads diz que foram cinco, mas não posso ter a certeza. Comprei-o em 2011, no 11.º ano. Na altura tinha poucos livros, não chegavam a vinte. Hoje, tenho noventa. São muitos mas, de vez em quando, gosto de voltar a este livro. Não o leio há dois ou três anos, não sei bem, mas continuo a saber alguns textos de cor. Aliás, sempre que começo o primeiro texto tenho aquela sensação de que sei perfeitamente o que vai acontecer a seguir… e adoro!
A Vida é Só Fumaça é um livro sobre tudo e nada. Digo sobre tudo e nada porque não há um fio condutor concreto, mas o Luís Filipe Borges consegue falar de tantas coisas ao longo dos seus textos que a leitura se faz de forma linear, quase sem parar… ao ponto de ter relido este livro todo no mesmo dia.
O livro está dividido em cinco partes: confissões, confissões curtas, confissões curtas (e cómicas), crónica da guerra dos sexos e contos. A minha parte preferida é, de facto, a dos contos. Mas gosto muito da escrita do Luís Filipe Borges, tal como disse quando falei do Destinos em falta para o passageiro distraído, aqui. Aquilo que mais me agrada na escrita do Borges é a capacidade de tanto escrever com piada como escrever coisas mais sentimentais (não lamechas) com o mesmo talento e com o mesmo apego do leitor.
Tal como já disse, o livro é composto por vários textos, várias crónicas, mais ou menos longas, e acaba por ser uma leitura descontraída, fácil e simples, mas com alguns valores que importa reter. E com o coração apertadinho num dos contos, o Catarina, o meu preferido por ser tão real e tão forte.