É verdade: só esta semana, quase um ano depois de o ter comprado, li o tão badalado The Girl On The Train. Ainda nem o filme* tinha visto e as opiniões que tinha eram mistas: para uns, era um livro espectacular, o melhor thriller que já tinham lido; para outros, era fraco, não valia a pena. O melhor thriller que já li foi o Misery por isso, desculpem-me, mas não acreditava que seria o melhor desta vida. Baixei as expectativas e lá comecei a ler na viagem de segunda-feira, até Lisboa. Li mais de metade do livro durante a viagem e acabei a poupar a leitura para ter algo que ler no regresso, na quarta-feira à noite. Não poupei o suficiente: deu para metade da viagem.
Sinceramente, nos dois ou três primeiros capítulos achei que o livro ia ser enfadonho. Depois, qual comboio a sair de uma paragem, vai ganhando ritmo e torna-se mais interessante. O livro é narrado por três personagens femininas, todas importantes para a história: Rachel, Megan e Anna. O problema é que não podemos confiar realmente em nenhuma delas. Rachel é uma alcoólica desempregada e divorciada, que todos os dias faz a viagem de comboio até Londres, observando as casas, incluindo a casa onde costumava viver e uma casa ao lado, onde vive o casal que ela considera perfeito: Jess e Jason. Megan é casada com Scott, mas monogamia não é para ela, além de esconder um terrível segredo sobre o seu passado. Já Anna é a actual mulher do ex-marido de Rachel, Tom, com quem já estava envolvida quando Tom ainda era casado com Rachel.
Se isto vos parece elaborado, prestem atenção: numa sexta-feira, ao passar de comboio, Rachel vê Jess beijar outro homem e fica muito chateada com a situação, uma vez que não a imaginava assim. Ao final da tarde, já bastante alcoolizada, Rachel sai do comboio para ir falar com Tom. Quando acorda no dia seguinte não consegue lembrar-se do que aconteceu, tem uma ferida na cabeça e vários hematomas. Para piorar, descobre que Jess se chama, afinal, Megan e que ela está desaparecida. Sem conseguir lembrar-se do que aconteceu na noite anterior, Rachel teme que tenha feito algo a Megan e tenta chegar à fala com Scott, marido de Megan, para lhe contar que a mulher o traiu. O que ela não sabe é que o envolvimento naquela história vai tornar-se num grande problema.
Algo bom na escrita deste livro é que nos prende e nos deixa a tentar perceber o que aconteceu e em que partes podemos realmente confiar. Não achei que tenha sido o melhor thriller que já li, mas achei interessante o facto de o assassino não ser realmente óbvio. E quando percebemos quem é (eu comecei a desconfiar dele muito cedo na história, ainda que tivesse outra teoria sobre ele antes de ter realmente percebido que estava a desconfiar da pessoa certa) não temos a leitura estragada para o resto do livro. Além disso, damos por nós a pensar se conhecemos realmente as pessoas que estão ao nosso lado.
Já leram o livro? O que acharam?
Título Original: The Girl On The Train
Título em Português: A Rapariga No Comboio
Título em Português: A Rapariga No Comboio
Autor: Paula Hawkins
Editora: Topseller
Ano: 2015
Nota ASW: 6/10
Nota ASW: 6/10
*Vi o filme ontem. Odiei. Aborrecidinho como tudo, a Megan parece (fisicamente) uma adolescente, há vários pormenores que não fazem sentido a quem não leu o livro (e outros que não fazem sentido só: como é que a Megan sabe o nome da Rachel se, supostamente, nunca se conheceram?) e há várias cenas que foram alteradas sem necessidade nenhuma. Leiam o livro; é melhor!
Eu nem desgostei do filme. Aliás, dei-lhe uma excelente pontuação. Mas agora fiquei com curiosidade em ler o livro (e já tinha deixado essa hipótese de lado)…
Por incrível que pareça também ainda não li este livro (nem sei como) mas gostei da tia opinião e fiquei ainda com mais vontade de o ler.
Li o livro muito recentemente e a minha opinião vai totalmente de encontro à tua.
Beijinho*
li o livro na altura e adorei mas ainda nao vi o filme, ate tenho medo ahaha
https://rrriotdontdiet.blogspot.pt/
tb odiei o filme — tudo mt sexual tudo exagerado
Vi o filme há coisa de dias, e até que achei interessante, sabes? Não foi o melhor de todos, porque embora ainda não tenha lido o livro, também achei bastante aborrecido, contudo, no meio de uma quase desistência, chegaste tu, qual figura de Messias, para me alertar a dar uma oportunidade ao livro!
Obrigada, Sofia!!
A Vida de Lyne