No final do ano passado meti na cabeça que seguia demasiadas pessoas nas redes sociais. E como meti isso na cabeça comecei, como é óbvio, a pensar no que tinha de fazer. Deixei de seguir algumas* contas no Twitter e pensei que depois faria o mesmo nas restantes, mas arranjava sempre desculpas, porque no Instagram seguia mais do dobro das contas e no Facebook tinha gosto em mais de 2600 páginas! Queria destralhar as redes sociais, a lista de leitura do Blogger e a do Bloglovin, os contactos no telemóvel, as tretas que tenho arrumadas. E eu nem acumulo muitas coisas físicas, por isso a tarefa ia ser mais complicada a nível digital.
Há umas semanas tirei uma tarde para arrumar as coisas físicas. Estava a ocupar muito espaço no armário e tinha a certeza de que conseguia reduzi-lo e aproveitá-lo para outra coisa. Comecei a ver tudo o que guardei em caixinhas e envelopes e primeiro ainda comecei com balelas: ai, mas não posso deitar isto fora! Foi aquela pessoa que já não vejo há anos que me ofereceu! Depois percebi que não sabia quem era a pessoa. Nem sei se foi mesmo oferecido. E preparei todo o meu espírito crítico e comecei a deitar fora uma data de coisas que não me fazem falta e que só ocupam espaço. Foi bom, arrumei outras coisas naquele lugar e ganhei espaço.
Depois veio a parte complicada. Há mais de dois anos que me vi livre de muitos dos blogs que seguia. Se houve uma altura em que seguia cem ou mais, rapidamente reduzi a lista para metade. E para outra metade. Ao todo, agora sigo 20 blogs. Talvez deixar de seguir blogs seja a parte mais complicada para muitos: ou porque acompanharam aquele blog durante muito tempo e vos custa deixar de o seguir apesar de já não gostarem do que lá é publicado; ou porque a pessoa segue o vosso blog e até comenta e vocês não querem parecer insensíveis ou ingratos; ou porque começam a imaginar a lista de leitura vazia durante dias e isso vos parece aborrecido; ou porque têm esperança de que o blog, que agora está péssimo, melhore; ou, ou, ou. Esqueçam isso tudo.
Não vamos ter sempre os mesmos interesses, não vamos querer ler ou ver sempre a mesma coisa. É mais do que normal. Eu até posso parecer um bocado radical nisto, mas prefiro deixar de seguir alguém a colocá-la em mute no Twitter. Também prefiro deixar de seguir um blog que acho que já não publica conteúdo relevante para mim ou que nunca abro quando aparece um post novo ou que me dá vontade de largar numa asneirada sempre que leio. Se ficam ofendidos por eu deixar de seguir… olhem, eu também fico triste quando o n.º de seguidores diminui. E começo logo a pensar no que fiz ou não fiz. E nesses casos aquilo que concluo é que se calhar já não se interessam. E não têm de o fazer. Há-de haver mais quem queira ler, não é?
Por isso, eu e a minha grande vontade de ver menos lixo digital reduzimos a lista de blogs. E voltámos a reduzir a do Twitter. E decidimos atacar em força o Facebook. E aí o trabalho foi longo e duro: mais de quatro horas para 1400 páginas irem à vida. Algumas nas quais tinha colocado gosto logo no início dos meus tempos facebookianos e com nomes muito giros como “eu acho que o Porto vai dar 3 secos ao benfas” ou “guardar eu guardei, mas não sei onde”. O trabalho ainda não está completo. Ainda quero tentar reduzir mais, porque de certeza que houve páginas a escaparem-me. Mas foi uma boa redução, que me deu o alento necessário para seguir até ao Instagram e eliminar, assim como quem não quer a coisa, 200 contas.
Talvez agora estejam a pensar que sou muito radical e que de certeza que isto é uma crise existencial qualquer, mas não é. Com os algoritmos todos que há, nós recebemos para aí 10% da informação de todas as páginas que seguimos nas redes sociais. E é tão fácil clicar em seguir ou gostar que, inevitavelmente, só estamos a acumular páginas e dessas páginas é possível que só nos interessem realmente metade (ou menos). O mesmo acontece com os blogs. Seguimos muitos e depois estamos sempre a ler os mesmos, a comentar os mesmos. Para quê?
O tempo que gastava a fazer triagem do que me interessa ler ou das publicações de páginas que me interessam agora pode ser gasto para actividades melhores e mais interessantes. Não se enganem: continuo a passar muito tempo no Twitter e ainda mais no Instagram, mas se puder levar com menos contas que, na verdade, já não me interessam é muito melhor.
*algumas – mais de 150.
Agora contem-me: costumam fazer esta limpeza digital?
Quais são os vossos critérios para deixar de seguir uma página ou um blog?
Ando para fazer isto no insta e no Facebook, outra vez, ao tempo. Porém, não o levo tão a sério, ou tão avante, como tu, se bem que gostava.
Tenho mesmo de me de deixar a isso!
É preciso muita paciência! Vais conseguir! ?
Faço com alguma frequência no que diz respeito aos blogues e às newsletters que recebo mas confesso que no Instagram e no Facebook a história é outra (no Facebook, então, nem se fala!).
No Instagram e no Facebook torna-se mais complicado porque normalmente, pelo menos no meu caso, é mais fácil seguir páginas e não as voltar a ver durante algum tempo graças aos algoritmos!
adorei este teu post sofia 🙂 Faço regulamente limpezas digitais. No Facebook fiz uma muito grande o ano passado e agora tenho muito cuidado com as páginas e grupos que sigo. Também eliminei várias pessoas da minha lista. Os blogues já fiz uma grande limpeza há uns anos, como não tenho muito tempo para andar em muitos blogs e quando visito gosto sempre de deixar um comentário, prefiro seguir poucos e bons 🙂 beijinhos
Vânia
Lolly Taste
Não referi a parte das amizades, mas aí já fiz algumas limpezas maiores há algum tempo, em que eliminei umas 200 e tal pessoas!
Sou igual a ti no que diz respeito a blogs: poucos e bons! 😀
Sou muito adepta deste tipo de limpezas! Quando decido organizar o quarto e tudo o mais, sinto-me a melhor pessoa. Fico realmente chocada com a quantidade de coisas que eu deito fora, de cada vez que o faço! Quanto às redes, tenho o cuidado de me destralhar de contas de x em x tempo. Deixo-me anestesiar pela vontade de querer boas inspirações, o que torna tudo bem mais fácil e prático!
Parecendo que não, são por detalhes destes que o nosso quotidiano pode, ou não, se tornar mais leve!
LYNE, IMPERIUM
Quando arrumo o quarto deito sempre alguma coisa fora, o que parece inacreditável tendo em conta que o limpo várias vezes por ano ahahahahah