PARTILHAR CASA? SIM, NÃO, TALVEZ?

dividir casa
Pensei que este post não iria ver a luz do dia. Comecei-o em Abril ou Maio do ano passado, numa qualquer viagem de metro, e desde aí esteve sempre guardado no Simplenote. De vez em quando olhava para ele, mas nunca me dignava a terminá-lo. Mais ou menos como aconteceu na vez em que se acumulou tanta loiça por lavar numa casa onde vivia e ninguém fazia nada, só observava a montanha a crescer… aaaaah, as histórias que eu podia contar sobre os sítios onde já vivi!
Mas continuando. O desejo de muita gente é poder sair de casa dos pais e viver sozinho(a). Claro que é tudo muito bonito, mas vamos lá ser honestos: não é qualquer pessoa que pode viver sozinha assim que sai de casa dos pais. Lamento, mas os jovens não ganham assim tão bem, os preços são absurdos (em rendas e em compra… mas conheço poucas pessoas que queiram comprar casa logo em início de vida). Por exemplo, quando se trata de ir viver para outra cidade para estudar ou trabalhar, normalmente a opção passa por partilhar casa com outras pessoas. Esqueçam tudo o que sabem sobre partilhar casa com outras pessoas: não é tão giro como o Ted e o Marshall dividirem um apartamento nem tão estranho como a Monica e a Rachel terem o Joey e o Chandler lá em casa a toda a hora. Mas também não é sempre divertido e pacífico.

VANTAGENS
As contas são mais leves.
Não só a renda é, normalmente, mais barata como as despesas (água, luz, gás, internet) são mais fáceis de suportar porque são divididas entre todos. Para começo de vida, esta poupança vai saber-vos a mel, acreditem!

Não têm de limpar todas as semanas.
Normalmente, a limpeza funciona em rotação: cada semana é uma pessoa diferente a limpar as divisões comuns logo só têm de se preocupar com a limpeza na vossa semana, ou seja: têm sempre algum tempo livre nas outras semanas. Claro que há quem tenha empregada para ir limpar a casa, mas isso já é demasiado acima de qualquer orçamento que alguma vez tenha tido.

Conhecem pessoas novas.
Até podem nem ficar amigos dos vossos colegas de casa, mas vão conhecendo pessoas novas e isso não é uma coisa má.

Há alguém em casa.
Isto tem o lado bom e o lado mau, mas acho que há dias em que sabe bem saber que há alguém em casa: ou porque estão doentes e dá jeito alguém para vos indicar o centro de saúde e a farmácia mais perto, ou para vos ajudar a adaptar a viver noutra cidade, ou só mesmo para falarem com alguém.

Aprendemos a viver com certos pet peeves.
Há muita gente que devia viver com outras pessoas só para ganhar mundo e deixar certas manias. Tal como há pessoas que não deviam partilhar casa com outras pessoas. Aprendemos a lidar com as nossas manias e as dos outros, o que nos faz bem e também nos ajuda a mudar um bocadinho as nossas manias.

DESVANTAGENS
1h30 da manhã e uma das colegas de casa manda vir comida… e o sr. da entrega toca duas vezes à campainha, acordando a casa toda.
Ou, por outras palavras, há quem não se lembre de que tem colegas de casa e ache que qualquer hora é uma hora normal para fazer o que quer que seja.

Habituarmo-nos aos horários dos outros é complicado.
Ou acordam muito cedo, deitam-se muito tarde, cozinham de madrugada, tomam banho a horas estranhas… às vezes não é fácil perceber como manter a harmonia numa casa onde as rotinas de cada um são diferentes e interferem com as dos outros.

Nunca nos sentimos 100% à vontade e temos sempre de ter em conta as outras pessoas.
Como é óbvio. Não podemos estar muito tempo na casa-de-banho se há outras pessoas à espera, não podemos ocupar o frigorífico todo, não podemos escolher tudo o que ver na televisão da sala. E não esquecer que não podemos tomar decisões sozinhos.

Nunca sabemos o tipo de pessoas com quem vamos dividir casa
Por um lado, se vivermos com amigos e pessoas que já conhecemos vamos conhecer uma nossa personalidade. Por outro, se não conhecemos as pessoas não sabemos como elas são e como nos vamos dar com elas.

Quando só queremos estar sozinhos no nosso espaço… bem, há sempre alguém em casa.

7 Replies to “PARTILHAR CASA? SIM, NÃO, TALVEZ?”

  1. Para mim: sozinha. Nunca coloquei a hipótese, sequer, de viver com amigos.
    Na Faculdade fiquei em casa dos meus pais por isso nunca tive que pensar nisto (caso fosse para outra cidade, obviamente não teria outra opção). Quando comecei a trabalhar, passei a viver sozinha e percebi que andava mais tranquila e em paz comigo mesma pelo silêncio que podia aproveitar. Agora, enquanto as coisas se compõem, estou novamente em casa dos meus pais para, posteriormente, viver sozinha de novo. Adoro os meus pais e adoro viver com eles mas, saindo de casa, é para viver sozinha. Sair de casa dos pais para viver com outras pessoas não é algo que faça sentido na minha vida.
    A única pessoa com quem me imagino a partilhar casa é o meu namorado. E isso, sim, está nos meus/nossos planos 🙂

    1. A maioria das pessoas que conheço quando saem de casa dos pais têm de ir viver com outras pessoas porque o dinheiro não chega para pagar renda e contas sozinhos, principalmente em Lisboa, onde o custo está cada vez mais caro, e até mesmo no Porto. Infelizmente, para muitos de nós, considerar sair de casa dos pais só parece viável se começarmos por dividir casa, principalmente em início de vida (ou mais, porque partilhei casa com pessoas mais velhas também), e, na verdade, acho que é uma experiência que também nos ensina muito, mesmo que não seja como viver sozinho. No entanto, claro que viver sozinho é uma experiência diferente e, como já disse noutro comentário, é uma experiência que, caso um dia tenha possibilidades para tal, gostava de ter.

  2. Eu dividi casa enquanto estudava e concordo imenso com este post. Eu tive uma péssima experiência com as pessoas com quem vivi primeiro (uma delas era supostamente minha amiga) e depoiis uma excelente experiência com a minha colega de casa. Tinhamos as nossas zangas, mas nadade significativo, havia respeito pelas regras. Permite muito crescimento a nível pessoa. Hoje vivo em casa de familiares (não faz sentido alugar uma casa por pouco tempo), mas se for para alugar casa novamente prefiro alugar sozinha. É uma experiência que nunca tive e que gostava de experimentar
    Por onde anda a Sofia?Instagram

    1. Eu vivi numa residência de estudantes e em 3 casas diferentes, por isso tenho histórias muito peculiares sobre cada uma :p No entanto, concordo quando dizes que permite muito crescimento. Sozinha também gostava de viver mas não quando (ou se) terei possibilidades económicas para o fazer.

  3. Como bem se sabe, ainda vivo com os meus pais e não me importo nada! Claro que gastar 3h de viagem, por dia, só para ir estudar é um bocado cansativo, mas vale muito a pena, visto que tenho sempre alguém comigo. Já considerei viver sozinha, com amigos, colegas, mas quando a oportunidade surgir, provavelmente optarei por dividir o espaço com alguém de confiança!!

    LYNE, IMPERIUM

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