5 livros que não podias ler antes do 25 de abril de 1974

Há cinco anos escrevi um artigo para a ESCS MAGAZINE sobre livros censurados. A lista que mais me impressionou foi a da Opus Dei, por ser actualizada regularmente e ter mais de 30 mil livros incluídos. No entanto, aquela que hoje importa é a lista de livros proibidos durante o Estado Novo.

Às vezes ainda se ouve, por aí, uma espécie de saudosismo desses tempos, do Estado Novo, de Salazar. Ouve-se em voz alta, em comunidade, o que não deixa de ter a sua dose de ironia: se estivessem em ditadura não podiam andar a dizer que no tempo de outro regime é que era bom. Também dá impressão de que muita gente não respeita ou não compreende a história recente do país em que vive.

Este ano o 25 de Abril foi discutido como nunca antes, fazendo surgir algumas almas que não se importavam de que aquele dia em 1974 não tivesse surgido. Sou a favor de se festejar o 25 de Abril, sempre, mesmo que tenha de se adaptar a forma como se vive esta data aos dias em que estamos. Este ano, para a assinalar, decidi falar-te de 5 livros proibidos durante o Estado Novo. Para que nunca nos esqueçamos e para que não romantizemos a ditadura.

Livros proibidos durante o Estado Novo

Dinossauro Excelentíssimo, de José Cardoso Pires

Um dos autores com mais livros proibidos foi José Cardoso Pires. O único livro dele que li, Balada da Praia dos Cães, foi publicado já em democracia, no entanto confesso que tenho mais curiosidade em ler os livros proibidos do que tinha em ler este.

Escolhi falar deste por um motivo: Dinossauro Excelentíssimo é uma fábula satírica, que retrata a ditadura e o Estado Novo. Deve fazê-lo muito bem, visto que era proibido na altura.

Título original: Dinossauro Excelentíssimo
Autor: José Cardoso Pires
Ano: 1972

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Bichos, de Miguel Torga

Aquele que é, possivelmente, o mais conhecido livro de Miguel Torga foi também um dos alvos da Censura, talvez um dos mais conhecidos. Este livro é formado por catorze contos, onde animais e humanos dividem características e problemas. Além de vários livros censurados, Miguel Torga foi um dos muitos presos da altura.

Título original: Bichos
Autor: Miguel Torga
Ano: 1940

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Capitães da Areia, de Jorge Amado

Sabias que Capitães da Areia é o livro mais vendido de Jorge Amado? O livro foi publicado em 1937 e, na altura, a edição foi apreendida e queimada em praça pública. Este não foi, no entanto, o único livro do escritor brasileiro a ser proibido durante o Estado Novo. No Brasil, Jorge Amado fez parte do Partido Comunista Brasileiro, foi preso várias vezes e chegou a passar algum tempo exilado.

Título original: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Ano: 1937

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O Caminho Fica Longe, de Vergílio Ferreira

O escritor beirão, mais concretamente de Melo, em Gouveia, também viu as suas obras proibidas durante o Estado Novo. O Caminho Fica Longe foi o primeiro romance de Vergílio Ferreira e faz parte de uma trilogia neo-realista. Antes do 25 de Abril de 1974, este era mais um dos muitos livros que não podias ler.

Título original: O Caminho Fica Longe
Autor: Vergílio Ferreira
Ano: 1943

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Lolita, de Vladimir Nabokov

Como deves saber, nem só de livros lusófonos era feita a lista de livros proibidos. Jean-Paul Sartre, Karl Marx ou Martin Luther King não eram autores bem vistos pelo regime salazarista e, por isso, tinham obras proibidas por cá. Outro desses autores era Vladimir Nabokov. O clássico Lolita nunca seria lido em Portugal durante o Estado Novo. Ainda hoje é um livro que gera alguma controvérsia, mas consegues imaginar o que seria se fosse proibido lê-lo?

Título original: Lolita
Autor: Vladimir Nabokov
Ano: 1955

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Fontes consultadas para elaboração desta publicação: ESCS MAGAZINE // Diário de Notícias // podes encontrar a lista dos livros proibidos num nível mais grave via Biblioblogue

Esta semana, para celebrar o Dia Mundial do Livro (dia 23 de Abril), todas as publicações do blog estão relacionadas com livros. Esta semana literária inclui 7 publicações, de 19 a 25 de Abril, todas cheias de sugestões literárias.

One Reply to “5 livros que não podias ler antes do 25 de abril de 1974”

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