Depois de Gato Fedorento, acredito que a escrita é a forma em que Ricardo Araújo Pereira atinge todo o seu potencial. Sim, sim, a Mixórdia é boa e ele é muito bom nos programas de televisão que vai fazendo, mas a escrita parece-me ser a forma artística onde ele parece mais à vontade.
Depois de ter lido os três livros de crónicas da Boca do Inferno, há uns anos, não voltei a ler livros de crónicas dele. De vez em quando lá espreito uma crónica ou outra, mas não tinha voltado aos livros. Em Abril regressei, finalmente, e comecei por este Estar Vivo Aleija, que reúne crónicas escritas para o jornal A Folha de São Paulo entre Abril de 2017 e Agosto de 2018.
Estar vivo aleija... e nunca um livro teve um título tão verdadeiro
Aquilo que realço das crónicas deste livro é a sua intemporalidade. De uma forma mais ou menos óbvia, nenhuma das crónicas de Estar Vivo Aleija necessita de contexto histórico para que possa ser aproveitada em pleno. Todos os temas continuam tão actuais em 2020 como eram há dois ou três anos.
O sarcasmo está presente, como não podia deixar de ser, mas não é um livro que leve obrigatoriamente às gargalhadas. Um sorriso, por vezes acompanho de um ah. No entanto, não deixam de ser crónicas com piada. Afinal, não vamos esquecer de quem estamos a falar, não é?
Enquanto lia marquei três crónicas, aquelas de que mais gostei: Sobre um Sorriso, O Raningue e Pleonasmos Redundantes, esta última porque, obviamente, podia ser eu a perguntar se por acaso têm amigos institucionais. Ainda assim, acho que todas as crónicas são muito boas, representativas daquilo que de melhor podemos esperar do RAP: humor.
Título original: Estar Vivo Aleija
Autor: Ricardo Araújo Pereira
Ano: 2018
Comprar*: Wook
*ao comprares através destes links eu ganho uns cêntimos, que poderei usar para comprar mais livros.
Agora bateu a vontade de reler este livro. É, mesmo, muito bom.
Adorei este livro. Só tive pena que fosse tão curto 🙂
A nossa sintonia ahahah
Adorei este livro. E, por acaso, ri-me com algumas das crónicas, se calhar, porque o estava a imaginar a dizer determinadas passagens
Nunca li este livro, mas lembro-me que li “A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram Num Bar” há já alguns anos atrás e revi-me nalguns dos teus comentários. As crónicas do RAP são absolutamente intemporais, o seu humor é inteligentíssimo (este livro de que falo é uma fonte cultura geral incessante) e não é necessariamente daquele humor que nos faz rir às gargalhadas, mas sim que nos faz pensar “touché”.
Beijinhos,
inescm2.blogspot.com
Tenho esse para ler, talvez em breve!
Há ANOS que tenho livros do Ricardo Araújo Pereira na minha wishlist… a única vez em que fui à Feira do Livro de Lisboa ele estava lá a assinar livros mas eu tive vergonha de ir falar com ele e nem comprei nada >.< Nem quero começar por nenhum em particular, só quero ler um qualquer, mas acho que não está para breve :p
Vale a pena! E para a próxima vai falar com ele! Eu já tive oportunidade de conversar uns minutos com ele e ele é muito acessível!