daylight

Lembras-te de eu ter determinado Junho como um mês de merda? Bem, Agosto chegou e disse: não quero ser Junho, mas quase. Para mim, Agosto não passou a correr como a música da Taylor, infelizmente. Estes 31 dias pareceram 31 semanas, ou algo do género. Agosto trouxe uma mudança: de cidade, de rotina. Acabo Agosto a saber apenas alguns caminhos de cor: casa-trabalho; casa-posto de gasolina; casa-Lidl; casa-Rádio Popular. Que foram os que fiz este mês e que são simples de decorar. Para tudo o resto, o GPS tem sido o meu melhor amigo. Ir ao Ikea? GPS. Ir a Trancoso? GPS. Ir ao Porto? Metro.

Vivi sozinha durante todo o mês e foi uma experiência que adorei. Por mim, não partilhava mais casa com desconhecidos, mas este mês lá terá de acontecer, não é? Criei uma rotina matinal que me serve e desesperei porque não tinha saudades de precisar de uma marmita de almoço todos os dias.

Começar um trabalho novo e vir para uma cidade nova ainda está a ser difícil, principalmente a segunda parte. Os almoços de equipa no trabalho e ser um mês mais tranquilo tem sido bom para uma adaptação mais fácil ao trabalho, mas a adaptação à Maia? A parte básica, de saber onde é a farmácia, o posto de gasolina, os correios, o metro, os supermercados de que gosto e até onde há uma lavandaria self-service onde secar roupa, foi simples. Mas sentir-me à vontade? Ainda não. E também não ajuda ter calhado viver numa zona cheia de movimento. Esplanadas, mercados, romarias de festas? Tudo acontece ali à volta.

Como se isto não fosse difícil o suficiente… foi um mês em que continuei a debater-me com sentimentos, talvez ainda mais do que antes. As dores de coração não facilitaram os dias e não deram grande descanso nas noites, confesso. Isto foi, sem dúvida, o que fez Agosto demorar tanto a passar e ser tão complicado de gerir.

Mas está tudo bem. As dores fazem parte do crescimento, certo? Mesmo que demorem demasiado a passar e que nos façam questionar tanto sobre nós e sobre o mundo.

Agosto foi tão longo que deu para ir duas vezes ao Ikea, deu para ir passar um fim-de-semana prolongado a casa, deu para ler muito, deu para ir à Feira do Livro do Porto (e só comprar um livro), deu para comprar um computador novo, deu para não escrever quase nada.

Não sei como olharei para Agosto daqui a uns meses, mas agora só consigo sentir-me aliviada por ter terminado, embora não saiba bem como me sentir em relação a Setembro.