Caríssimos leitores, chegou a tão aguardada e temida fase de vida, aquela fase desafiante, exigente, de noites mal dormidas e de esforço constante: chegou a fase de trabalhar na tese de mestrado!
No primeiro ano de mestrado optei por fazer duas publicações por semestre — uma com leituras e outra com as impressões de cada cadeira. No entanto, para este ano, que é totalmente dedicado à dissertação, achei que era interessante tentar partilhar alguns updates mais regulares, porque sei que vai ser um trabalho diferente, mais exigente, e que cria muitas dúvidas e questões. De certa forma, sinto que ir falando dos passos que tenho dado também me vai ajudar a manter motivação e a ter uma noção mais concreta daquilo que já fiz e do que tenho para fazer.
Antes de começar a falar da tese propriamente dita, acho que tenho de falar sobre o processo que se deu entre o semestre passado e o início da dissertação, porque isto não foi nada fácil, meus amigos, não foi nada fácil…
Quase não me inscrevi no segundo ano de mestrado
Quando publiquei as minhas impressões sobre o segundo semestre partilhei que tinha sido um semestre em que me tinha sentido muito desmotivada. A realidade das cadeiras ficou muito aquém das expectativas e, a certo ponto, comecei a pensar se, com tanta desmotivação, valia a pena seguir para a tese. Decidi que primeiro me ia focar em terminar o primeiro ano e depois pensava no assunto. Já era difícil o suficiente ter de lidar com o semestre, não precisava de mais pressão.
Depois de as avaliações terem terminado, também não quis pensar na tese. Tinha muita coisa a acontecer e quis mesmo desligar e descansar. Em entrevistas de emprego assumia sempre que estaria a trabalhar na tese neste ano lectivo, mas confesso que me deixava preocupada saber que tinha mesmo de trabalhar ao mesmo tempo porque, apesar de ter bolsa, não conseguia suportar os custos de outra forma. Além disso, não tinha qualquer ideia daquilo que me podia interessar desenvolver numa dissertação.
Quando abriu o prazo de inscrição meditei sobre o assunto e assumi comigo mesma o compromisso de que pelo menos ia tentar encontrar um tema que me interessasse para tentar realmente ser mestre. Esta parte estava fechada… faltava o resto.
Quando o início é tão stressante que dá vontade de simplesmente desistir
A primeira opção de tema para a dissertação surgiu-me enquanto lia A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão, da Ana Suy. Precisei de trabalhar um bocadinho essa ideia, mas sabia que a perspectiva que lhe queria dar só funcionava com um professor muito específico. Não era o tema mais entusiasmante do mundo, não me enchia de ideias, mas era um tema em que me sentia confortável e que me interessava naquele momento.
Problema: enviei um e-mail à professora com quem queria trabalhar e deparei-me com dois obstáculos. Primeiro, a resposta demorou muito a chegar. Segundo, quando chegou… a professora já não tinha vagas para mim. De repente tinha um tema mas não tinha quem o orientasse. Senti-me um bocado desamparada nesta altura. Tinha sido uma decisão complicada e consciente do desafio que iria trazer, mas quando queria começar a trabalhar dei por mim num impasse entre procuro alguém para este tema, desisto desta porcaria toda ou mudo de tema e procuro outro orientador. Estive quase a ir para a segunda opção, mas acabei por optar pela terceira.
De repente, um tema muito mais interessante
Quando fiquei neste tal impasse aquilo que fiz foi pedir reunião com a diretora do curso, para tentar perceber com ela aquilo que podia fazer. Inicialmente, queria perceber como trabalhar o meu primeiro tema com outro professor (e que professor).
Escolher o orientador sempre foi algo que me preocupou pela formação e interesses dos professores não ligarem bem com as minhas. Só havia duas professoras com quem sabia que conseguia trabalhar — aquela a quem pedi e a diretora do curso — e um professor com quem, no limite, podia tentar trabalhar, mas ia ser complicado.
Enquanto aguardava para conseguir agendar a reunião com a diretora surgiu-me um tema completamente diferente, que me interessa mais e que vai muito ao encontro da minha personalidade. Em pouco mais de quinze minutos tinha escrito uns parágrafos de apresentação do tema e uma estrutura provisória. Possivelmente foi mesmo um caso de males que vêm por bem.
Progresso
Neste momento, estamos assim: