mais 12 mini-reviews de 2023

Não há como negar: o ano está a chegar ao fim. Tenho andado a dar a volta aos livros que li este ano sobre os quais ainda não escrevi e decidi, à semelhança do que tinha acontecido a meio do ano, fazer um apanhado de alguns livros que li, mas sobre os quais não escrevi na altura ou sobre os quais sinto que não tenho assim tanto que dizer. Ainda tenho muitos livros sobre os quais vou escrever, mas, para já, fica com mais 12 mini-reviews deste ano.

One Italian Summer, Rebecca Serle

Descrições de Itália que dão muita vontade de vender tudo e ir para lá: 1000000 estrelas. Fica ainda melhor quando se pesquisa pelo Hotel Poseidon no Google.

Quanto à história… apesar de ser uma excelente leitura de verão, senti que o final foi muito apressado e, por causa disso, algumas atitudes da Katy parecem ainda mais loucas.

Aconteceu Naquele Verão, Tessa Bailey

Temos clichês de comédia romântica, personagens engraçadas e uma boa dose de smut? Temos, sim! Portanto também temos uma boa leitura, com muito sentido de humor. É aquela leitura de verão, animada, em que sabemos que tudo fica bem quando acaba bem por isso só temos de aproveitar a viagem.

A Ideia de Nós, Diogo Simões

Adorei o final, porque adoro um bom final aberto. No entanto senti que muito do livro acontece a um ritmo muito lente e, a certo ponto, tudo é muito acelerado e se precipita…

Senti que a relação abusiva precisava de mais, de transmitir mais sufoco, mais alertas de toxicidade.

Carta à Minha Filha, Maya Angelou

Se pudesse, juntaria este ao Dear Ijeawele, da Chimamanda, e ofereceria a todas as meninas e mulheres que conheço. Gostei do conceito de escrever uma carta sobre feminismo e igualdade a todas as mulheres — Maya Angelou nunca teve filhas — e acho que é uma leitora empoderadora e bonita, para qualquer género.

Indomável, Glennon Doyle

Aquilo de que gostei: as pequenas reflexões sobre a pessoa que somos e a pessoa que achamos que devemos ser ou que sempre foi implícito que devíamos ser. Se o livro tivesse mais sobre isso talvez tivesse gostado muito mais.

Esperava, apesar de não me identificar com os pontos centrais da vida da autora, encontrar um livro empoderador. Não foi. Lê-se bem, mas a certo ponto já lia alguns textos com desinteresse. Chamemos-lhe desilusãozinha.

Um Quarto Só Meu, Virginia Woolf

É um conflito, mas é o meu conflito: achei metade do livro meio perdido, como se a autora andasse ali a navegar na maionese, e tornou-se aborrecido porque a escrita da Virginia Woolf não deixa de ser uma escrita complexa e é difícil acompanhar uma escrita complexa quando não estamos a ligar-nos ao que é dito. No entanto, a mensagem de todo o ensaio é muito importante e, aparentemente, intemporal. É 2023 e podia referir-se facilmente às mulheres deste ano. Não acho um livro fácil, mas acho um livro necessário.

As Mentiras da Cosmética, Beatrice Mautino

É um livro muito interessante para quem gosta de cosmética e para quem gosta de marketing, uma vez que todo o livro aborda questões científicas relacionadas com cosmética, mas também com a forma de vender esses produtos. Acredito que estamos cada vez mais consciencializados para a vertente comercial da cosmética, no entanto não deixa de ser interessante perceber o que a ciência tem a dizer sobre esta parte e sobre as dezenas de afirmações que estes produtos fazem acerca dos ingredientes de que são feitos ou dos resultados que têm.

Trabalho Organizado, Thais Godinho

Tinha este ebook perdido no kindle desde 2018 (!), numa altura em que andei a ler muito sobre organização, trabalho e afins. Como hoje já sei mais sobre a minha forma de funcionar e de me organizar, não sinto que tenha sido tão útil, mas é um bom resumo de vários métodos interessantes de organização, principalmente para quem sente que ainda não sabe que tipo de organização funciona melhor para si.

Invisível, Eloy Moreno

Há algo muito interessante e valioso na forma como este livro trata o bullying. Não foi um livro particularmente marcante para mim, mas sinto que é um livro muito promissor para crianças e adolescentes — e para quem lida com eles.

What Are You Going Through, Sigrid Nunez

Não funcionou para mim. A construção do livro (com histórias dentro de histórias) não me cativou e não consegui sequer criar qualquer tipo de ligação com a escrita ou com as personagens. Uma pequena desilusão.

Acts of Service, Lilian Fishman

Embora as questões sobre sexualidade e relações não-monogâmicas sejam interessantes, sinceramente não foi um livro para mim. Odiei as personagens também e não estava a saber lidar com as manipulações (gatilho emocional, provavelmente).

Acho que a única coisa em que cumpriu foi em permitir-me ler sobre realidades longe da minha (bissexualidade, relações abertas, etc.).

Exciting Times, Naoise Dolan

A minha questão é: Are the exciting times in the room with us? Juro que a review do Goodreads que diz the times were not exciting tem toda a razão porque estes times foram tudo menos exciting. As personagens são chatas, a escrita parecia querer ir na vibe da Sally Rooney e falhou redondamente… enfim.

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