daylight

Tinha comprado este ebook em setembro de 2021 e nunca lhe tinha pegado. Admito que tê-lo comprado porque toda a gente falava dele talvez tenha influenciado o facto de ter demorado a pegar-lhe. No entanto, houve um dia no verão em que ia à praia e queria levar algo curto e leve para ler. Achei que era a desculpa certa para ir ao Before The Coffee Gets Cold, que sabia ser composto por pequenas histórias. Em termos de livro curto e absorvente acertei, em termos de leitura leve e animada de praia errei. A certo ponto tive lágrimas nos olhos e não foi por ter vindo nortada.

Before The Coffee Gets Cold passa-se num café centenário misterioso em Tóquio. Reza a história que a grande especialidade deste café é, na realidade, a oportunidade de viajar no tempo. O menu parece promissor, mas as regras não são fáceis: para conseguir viajar no tempo é preciso te sentares num lugar em específico, não podes alterar o presente, não podes sair do café e o tempo que podes passar no passado é o tempo que demora a beber o café enquanto estiver quente — se arrefecer arriscas-te a ficar para sempre preso no passado.

O livro está dividido em quatro partes, cada uma dedicada a um cliente que visita o café com o objetivo de viajar no tempo. Temos a pessoa de coração partido, a enfermeira que tem uma carta misteriosa do marido, alguém que quer oportunidade de se despedir e a mãe que pode nunca vir a conhecer o filho.

No final, as quatro histórias ligam-se e acho impossível não sermos arrebatados por este livro. Agora… eu devia ter esperado um livro triste, não devia? Ir ao passado devia ter-me dado pistas de que ia ser triste, não é? Mas não deu. Foi uma leitura melancólica, de coração apertado por vezes. Mas também foi uma leitura de que gostei muito. Este é o primeiro de cinco livros, mas, apesar de ter gostado, não faz parte dos meus planos ler os próximos, pelo menos não para já.