- Onde: M.Ou.Co, Porto
- Quando: 18 de março de 2024
O Luís Franco-Bastos é das pessoas que acompanho há mais tempo no humor português, mas também um dos que acompanho mais irregularmente — toda a era RFM passou-me ao lado, por exemplo. No entanto acompanhei a transição de humor de imitação para algo mais alargado sempre com entusiasmo e apreço, pelo que tinha muita curiosidade em assistir a um espetáculo dele. A oportunidade surgiu agora que ele voltou a trazer Diogo ao Porto, neste caso para uma sessão dupla no M.Ou.Co.
O local escolhido foi logo algo que saltou à vista, porque é uma sala pequenina e onde eu não imaginava ver um espetáculo de stand up de alguém com um público tão vasto. No fim percebe-se que foi a escolha certa. Há uma atmosfera intimista naquela sala que faz com que o texto resulte ainda melhor ali, como se estivéssemos realmente numa sessão de terapia coletiva.
A primeira parte foi feita pelo Pedro Sousa (que só conheço de Roda Bota Fora) e foi uma boa estreia. Gostei do texto e da performance e ainda ganhou porque realmente a ideia de uma sessão intimista de partilha em terapia coletiva ligou muito bem para o espetáculo que ele apresentou e até para os temas de que falou. Ligou na perfeição com o texto que o LFB apresentou e acho que deu ainda mais coesão àquilo a que assistimos.
Partindo para Diogo temos um espetáculo muito familiar — porque foca muitas questões da vida familiar do Franco-Bastos. Desde a paternidade à relação com os pais e, claro, a forma como escolheram o nome dele. O LFB já falou algumas vezes sobre a morte dos pais, mas não deixa de ser interessante a tranquilidade com que nos faz rir a falar da morte e do luto.
Diogo foi um daqueles espetáculos em que sabemos que estamos a assistir a um dos grandes. A cadência do texto, os callbacks, a parte física e as imitações ligam quase sem esforço, como só alguém com o talento e trabalho do LFB conseguiria fazer. E, no final, ainda levamos com uma receita da sopa mais apetecível de sempre.
Que maravilha fazer parte deste momento! Eu que nem gosto assim tanto de sopa, acho que vou adotar a receita ahahah
Lembro-me do Luís da RFM mas deixei de acompanhar o seu percurso.