luís franco-bastos ao vivo no m.ou.co

O Luís Franco-Bastos é das pessoas que acompanho há mais tempo no humor português, mas também um dos que acompanho mais irregularmente — toda a era RFM passou-me ao lado, por exemplo. No entanto acompanhei a transição de humor de imitação para algo mais alargado sempre com entusiasmo e apreço, pelo que tinha muita curiosidade em assistir a um espetáculo dele. A oportunidade surgiu agora que ele voltou a trazer Diogo ao Porto, neste caso para uma sessão dupla no M.Ou.Co.

O local escolhido foi logo algo que saltou à vista, porque é uma sala pequenina e onde eu não imaginava ver um espetáculo de stand up de alguém com um público tão vasto. No fim percebe-se que foi a escolha certa. Há uma atmosfera intimista naquela sala que faz com que o texto resulte ainda melhor ali, como se estivéssemos realmente numa sessão de terapia coletiva.

A primeira parte foi feita pelo Pedro Sousa (que só conheço de Roda Bota Fora) e foi uma boa estreia. Gostei do texto e da performance e ainda ganhou porque realmente a ideia de uma sessão intimista de partilha em terapia coletiva ligou muito bem para o espetáculo que ele apresentou e até para os temas de que falou. Ligou na perfeição com o texto que o LFB apresentou e acho que deu ainda mais coesão àquilo a que assistimos.

Partindo para Diogo temos um espetáculo muito familiar — porque foca muitas questões da vida familiar do Franco-Bastos. Desde a paternidade à relação com os pais e, claro, a forma como escolheram o nome dele. O LFB já falou algumas vezes sobre a morte dos pais, mas não deixa de ser interessante a tranquilidade com que nos faz rir a falar da morte e do luto.

Diogo foi um daqueles espetáculos em que sabemos que estamos a assistir a um dos grandes. A cadência do texto, os callbacks, a parte física e as imitações ligam quase sem esforço, como só alguém com o talento e trabalho do LFB conseguiria fazer. E, no final, ainda levamos com uma receita da sopa mais apetecível de sempre.

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