- Quando: 21 de abril de 2024
É curioso pensar no momento em que Paixão me chegou às mãos porque agora é só mais uma história. Foi no final de maio de 2022. Tinha passado parte do dia com uma prima da minha mãe a mostrar-lhe o Porto e, depois de a deixar nos autocarros, que ainda eram no Campo 24 de Agosto, desci e acabei por ficar mais um bocado a estudar no Starbucks. Estava a ser um dia difícil para mim, estava a ver o meu coração ser partido e, para terminar o dia, fui dar uma volta à Bertrand ali ao lado. Só costumava ver os livros e sair, mas nesse dia, não sei ao certo porquê, folheei este livro e decidi trazê-lo. Trouxe também o A Little Life. Claramente estava com vontade de chorar. Acabei por ler Paixão, pela primeira vez, umas semanas depois, no autocarro, e reli-o agora, sem qualquer plano para o fazer.
O livro está dividido em quatro partes — Paixão, Desejo, Sobressalto, Solidão —, cada uma com poemas que refletem o seu tema, sendo que o livro foi escrito depois da morte do marido da autora. É um livro curto, que se lê muito bem, e que faz justiça ao seu título, porque realmente está cheio de poemas apaixonados. Foi o meu segundo encontro com Maria Teresa Horta (o primeiro foi em Novas Cartas Portuguesas) e gostei tanto dele na primeira quanto na segunda leitura.
Como sempre, não gosto de me alongar sobre os livros de poesia, porque sinto mesmo que não tenho como os analisar devidamente sem incorrer em processos de adivinhação ou sem mostrar que tenho zero conhecimentos para o fazer. No entanto, acho que este é um daqueles livros que recomendaria a quem lê pouca poesia porque são poemas muito simples e carregados de sentimento, tal como eu gosto.
Tenho saudade
da tua nostalgia
dos silêncios que faziasna estranheza do ficar
no desacerto dos diasNo prazer que nós sentíamos
da pressa do nosso gosto
na trama do nosso amar
Tenho-o na minha lista *-*