as raparigas de papel [louise o’neill]

Cá estamos na missão de limpar a TBR, não é? As Raparigas de Papel veio cá para casa há dois anos e nem sei por que motivo não o li logo, uma vez que até tinha boas opiniões sobre a edição portuguesa anterior (As Filhas de Eva). Seja lá porque foi, acabei por lhe pegar só em junho e a sensação final foi a de que não perdi muito em não o ter feito antes.

As Raparigas de Papel traz uma sociedade distópica em que as mulheres são desenhadas para serem o protótipo perfeito de beleza para os homens. São criadas em escolas, onde as treinam para agradar aos homens. No final da escola, as raparigas com melhor pontuação podem ser aquilo a que chamam companheiras, cujo objetivo é viver com marido e ter filhos rapazes. As outras ou se tornam professoras ou concubinas. É neste cenário que conhecemos freida. freida tem a certeza de que vai ser companheira, mas o último ano traz surpresas e isabel, a sua melhor amiga, afasta-se e descura os seus cuidados físicos ao ponto de ficar gorda. Para lutar pelo seu objetivo de ser companheira, freida tem de trair a única amiga que teve e de perceber se, afinal, está mesmo disposta a tudo.

O tema, como dá para perceber, é interessante e promissor, mas esperava mais — pelo género, pelo tema, pelos elogios que tinha visto. Talvez tenha sido um caso de má gestão de expectativas, mas a sensação que fica é a de que falta qualquer coisa. Podia ser uma distopia tão boa e importante, mas falta-lhe algo. A concretização não me cativou, não gostei das personagens e não consegui interessar-me por nenhuma componente introduzida pelas relações entre estas raparigas. Não foi para mim, mas há outro livro da Louise O’Neill que quero ler no futuro (Idol), portanto hei de dar-lhe outra oportunidade.

Título original: Only Ever Yours
Título em português: As Raparigas de Papel
Autora: Louise O’Neill
Ano: 2014 (PT: 2022)

as raparigas de papel Louise o''Neill

Este livro interessa-te?

One Reply to “as raparigas de papel [louise o’neill]”

  1. Li na altura em que se chamava “As Filhas de Eva” e também não fiquei fã, achei muito fraquinho, fiquei genuinamente surpreendida quando avançaram com uma reedição

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