Estou tão entusiasmada com este novo segmento! Acho que esta é a minha publicação just for fun: porque não só eu não tenho uma avaliação detalhada para partilhar, como não tenho qualquer propriedade para falar de francesinhas como se fosse especialista… no entanto, como há especialistas sobre tudo e eu sou uma especialista em fazer coisas porque acho divertido ou entusiasmante: eis o meu ano em francesinhas!
Este ano comi 9 francesinhas — todas diferentes, todas de lugares onde nunca tinha ido — e tenho favoritas, tenho desilusões e tenho um objetivo para 2025: 12 francesinhas diferentes. Não percam os próximos episódios porque eu também não!
Janeiro: Dona Francesinha
A primeira francesinha do ano foi no Dona Francesinha, na Rua de Passos Manuel. Escolhemo-la para um jantar a meio da semana e optámos pela francesinha sevilhana, que tem como grande diferença o facto de ter gambas. O resto da sandes é o normal: bife de novilho, mortadela, salsicha e linguiça fresca, fiambre, queijo e o molho. As gambas, embora não em abundância, resultam muito bem na mistura de sabores e dão-lhe um toque especial.
O molho também é diferente do habitual, um pouco agridoce, mas combina na perfeição com a sandes, e gostei muito da mistura de sabores dos ingredientes. Aqui, as batatas fritas e o ovo são à parte e custam, respetivamente, 1,70€ e 1€. A francesinha sevilhana custa 12,90€.
O Dona Francesinha é um restaurante com um ambiente intimista, à meia-luz, mas muito bonito. A regressar, será para provar a dona francesinha, a francesinha tradicional.
Fevereiro: Brasão Coliseu
Lamento não ter grande suspense a partilhar, mas a minha francesinha preferida de 2024 foi a francesinha no forno do Brasão Coliseu.
Esta francesinha é tradicional em tudo e o molho é dos que, para mim e para o meu gosto, consegue um melhor equilíbrio de picante e saboroso. Sem ovo, a francesinha custa 13,20€, o ovo acrescenta 0,60€ ao valor.
O Brasão é um dos restaurantes incontornáveis do Porto — para francesinha e não só — e, pela qualidade da francesinha dá para perceber porquê. Além disso, o espaço é mesmo muito bonito, com boa luz, muita madeira e prateleiras cheias de livros antigos.
Além do espaço no Coliseu, o Brasão existe também nos Aliados, na Foz, nas Antas, em Leça da Palmeira e em Gaia.
Março: Santa Francesinha
A francesinha era especialíssima, mas ainda estou a tentar descobrir se a parte superlativa seria mesmo a de o molho ser picantíssimo, porque foi aquilo que mais me marcou. Esta francesinha tem os já habituais fiambre, afiambrado, mortadela, linguiça, salsicha fresca, mas o bife é de alcatra e ainda leva bacon fumado. A batata e o ovo estão incluídos e, no total, custa 12,50€.
O Santa Francesinha pertence ao Grupo Cufra (e o Cufra está na lista para visitar), e tem muito mais aspeto de restaurante típico, algo que dá uma certa familiaridade ao espaço.
Para mim, os molhos muito picantes acabam por me afastar um pouco, até porque sinto que fazem perder o sabor do resto da comida, no entanto neste ainda tive estômago para provar o pudim, provavelmente desejosa de algo que cortasse por completo o sabor do picante que parecia não abandonar.
Abril: Bodegão
Sei que, normalmente, francesinha não é um prato que escolhemos quando vamos à praça da restauração de um centro comercial, no entanto às vezes apetece mesmo. Numa dessas idas a centro comercial, o Diogo convenceu-me a experimentar a d’O Bodegão, restaurante que existe em vários centros comerciais.
A francesinha é típica e o molho é muito bom, com a dose certa de picante. A desvantagem para mim é o facto de as batatas fritas virem logo no prato, mas, sendo restaurante de centro comercial, até se percebe.
Junho: Francesinhas Al Forno da Baixa
A francesinha da tinhosa foi a nossa escolha numa noite de verão. Esta francesinha tem carne assada, fiambre e abacaxi. Gosto do contraste do doce do abacaxi com o queijo e o molho, mas acho que resultaria melhor se o o abacaxi estivesse mais ao centro da sandes. O molho não é tão tradicional e é mais adocicado, algo que dá um toque diferente à francesinha. Esta francesinha custa 11€ e a batata frita (2€) e o ovo (1,30€) são pagos à parte.
Julho: The Lake Caffé
E eis que chegamos à primeira desilusão do ano. Tinha o The Lake Caffé na lista há algum tempo, mas, sendo na Maia, adiava sempre porque não tinha companhia e não queria ir sozinha. Quando quis celebrar o facto de ter assinado contrato decidi que seria aqui que ia almoçar e lá fomos. A decoração é linda e os bolos tinham ótimo aspeto, pelo que esperava o mesmo da francesinha… esperei mal.
Optámos por uma francesinha em bolo do caco e tudo foi uma desilusão: era o bolo do caco que não era bem bolo do caco, era o molho que não era nada de especial nem conseguia disfarçar a mediocridade da sandes… foi um momento triste.
Setembro: Neto Antas
Mais triste ainda foi a experiência no Neto das Antas. O ambiente e a decoração eram interessantes e o atendimento muito simpático. Começámos a ver a comida chegar a outras mesas, incluindo sobremesas, e tudo parecia excelente. Como a ideia era comer sobremesa pedi meia francesinha e foi o melhor que fiz porque nem essa metade consegui terminar.
Como já deu para perceber pelas francesinhas anteriores, gosto de molhos tradicionais, com a dose certa de picante, e até tolero molhos mais adocicados ou agridoces… mas molhos totalmente doces? Hum, pois, não é a minha cena. Ora, achei este molho tão marcadamente doce que simplesmente se tornou enjoativo e não consegui terminar. Tive pena de dizer à funcionária que nos atendeu que não íamos comer sobremesa, mas honestamente temi que fosse algo ainda mais doce e que saísse dali direta para o hospital.
Novembro: O Afonso
Andávamos para ir ao Afonso há algum tempo, mas havia sempre algo que nos fazia mudar de ideias, até que fomos decididas. A espera foi um pouco longa e o atendimento não estava a parecer muito simpático, mas decidimos esperar. O Afonso tem mesmo ar de restaurante típico, embora com um grande altar de homenagem ao Ayrton Sena, e estava a abarrotar.
Quanto à francesinha… acho que cumpre os requisitos, mas não fiquei tão fã quanto me faziam crer que ficaria. Não é que seja má, mas também não é das melhores. É uma francesinha normal. As batatas fritas, essas, adorei.
Dezembro: Comilaum
O Comilaum foi a escolha para o almoço de aniversário de uma colega e, estando na minha lista pelas francesinhas, a escolha do menu foi simples: meia francesinha de novilho, com batatas fritas. O molho é adocicado, meio a lembrar o da Taberna Londrina, e a carne está no ponto certo. Senti falta de um bocadinho de picante no molho, mas, de resto, acho que é uma boa escolha, principalmente para quem gostar de molhos adocicados.
O espaço, esse, é muito bonito e agradável, com uma decoração moderna. Fiquei com vontade de voltar para provar outros pratos.
Já tenho o caderno pronto para irmos, que nem críticas gastronómicas, provar francesinhas ahahahah