Embora tenha consciência de que não é um objetivo assim tão fácil de cumprir, este ano gostava de acompanhar mais as leituras dos dois clubes de leitura a que pertenço. Claro que a intenção é boa, mas a concretização não é tão fácil quando se fala em quatro livros por mês. Talvez tentar um por mês? Bem, em janeiro dediquei-me ao The Characters Club e li The Note, da Zoë Folbigg, a escolha do mês.
The Note é uma história precipitada por um comboio. Dito assim talvez pareça uma tragédia, mas prometo que não é. Maya Flowers faz a mesma viagem de comboio para Londres todos os dias. Um dia nota uma nova pessoa no comboio e, do nada, percebe que ele é o tal. Problema: este homem vai sempre a ler e nunca repara nela. Até que, um dia, a Maya decide entregar-lhe uma nota para o convidar para sair.
Train Man always walks straight through the station and Maya wonders what he’s listening to, trying to guess from his gait, not realising he was at four of the six gigs she went to in the past year.
Admito que esta leitura não funcionou muito bem para mim. Por um lado, até estava a gostar da ideia de a nota não iniciar de imediato um romance, mas sim ser o ponto de partida para percebermos como é que aquelas duas personagens chegam ali, àquele comboio, seguindo dali para as consequências daquela nota. Por outro lado, a escrita não conseguiu cativar-me e não achei nem personagens nem narrativa assim tão apelativas. Iam-me soando a personagens de uma série de comédias românticas do início dos anos 2000, mas sem as achar particularmente interessantes ou convincentes. Não foi para mim, pronto.
Ainda assim, houve um ponto na nota de autora final que me fez pelo menos não detestar completamente a história — e acho que é a isso que me agarrarei sempre que tiver de falar sobre o livro: não foi a minha praia, mas pode ser a de outra pessoa.
Título original: The Note
Autora: Zoë Folbigg
Ano: 2017
Lido entre: 6 e 12 de janeiro de 2025
