Não sei bem porquê, mas Amália lembra-me a minha bisavó. Não me lembro de a ouvir cantar Amália nem há semelhanças entre ambas, mas a associação ficou. No fundo, acho que todos os portugueses associam Amália a alguma coisa, uma referência coletiva que podemos ter mesmo sem quase termos memórias reais dela. Memórias à parte, o projeto Amália Hoje veio, em 2009, trazer uma nova interpretação das músicas da fadista, com Sónia Tavares, Fernando Ribeiro e Paulo Praça nas vozes e Nuno Gonçalves como diretor musical. Na altura, o álbum Hoje liderou tops de vendas e o grupo esgotou salas de espetáculo um pouco por todo o país. Este ano decidiram regressar, depois de um single que (me) passou despercebido no ano passado.


Os Amália Hoje comprometeram-se a revisitar as músicas habituais e a juntar outras ao alinhamento destes concertos e anunciaram datas para os Coliseus. O Diogo, atento ao minuto em que estes concertos foram anunciados, perguntou-me se queria ir e a versão de mim que adora explorar géneros musicais e aproveitar as oportunidades culturais aceitou o convite.


Confesso que não ia com expectativas específicas, só torcia para ter uma noite agradável, pelo que me surpreendi com o quanto gostei do espetáculo. Achei o alinhamento bem construído, tornando o espetáculo muito bonito e emotivo, mas também cheio de alegria e energia. Nunca tinha visto nenhum destes artistas ao vivo, mas fiquei agradavelmente surpreendida com o equilíbrio entre eles e com a presença de palco do Paulo Praça. Sempre que o tema era interpretado por ele ele tomava o palco como seu, cheio de energia e movimento, numa interação bonita com todos à sua volta.
Março é, para já, o mês dos concertos (ainda há mais dois na agenda), mas posso dizer que começou muito bem. Venham os próximos, que este já elevou as expectativas.

- Onde: Coliseu do Porto
- Quando: 1 de março de 2025