Tentei ler Onde Cantam os Grilos há uns anos, não sei exatamente quando, e acabei por me ficar pelas páginas iniciais, que não conseguiram cativar-me. Decidi que um dia voltaria, quando estivesse mais para aí virada ou assim. Entretanto, por conta do Alma Lusitana, coloquei o livro na lista para ler em dezembro, mas acabei por não o ler a tempo.
Onde Cantam os Grilos é narrado por Formiga, que, em bebé, foi deixado à porta da casa da Herdade do Lago. A herdade, assim como a família que a sustenta, os Vaz, está cheia de mistérios e maldições. Formiga é uma espécie de empregado da herdade, embora ainda criança, e é também uma das pessoas que mais sabe dos segredos da família Vaz. Quando regressa à herdade, anos depois, narra os acontecimentos que mudaram toda a trajetória da família — e da sua vida —, recuando ao momento em que Fernando, o filho dos Vaz, deixou a herdade para ir para Lisboa.
Nesta segunda tentativa de ler a história consegui obviamente prosseguir e até gostei da construção narrativa. É um daqueles livros de história familiar em que durante várias páginas o que acontece é um relato quotidiano simples, com os problemas habituais de uma família. Talvez por ter estas características de drama familiar, acho que é um livro que exige mesmo uma predisposição diferente — temos de estar dispostos a acompanhar uma história que tem pequenas quezílias e dramas a acontecer, mas ao mesmo tempo parece ter pouco a acontecer durante muito tempo.
Tenho de admitir que não me conquistou por completo. Senti que faltou alguma coisa, não sei se na escrita ou na narrativa, no entanto acho que é realmente uma boa história, com um plot twist meio inesperado meio característico dos clássicos.
Título original: Onde Cantam os Grilos
Autora: Maria Isaac
Ano: 2017
Lido entre: 16 e 19 de janeiro de 2025
Gatilhos: saúde mental