o sangue por um fio Sérgio Godinho

Anunciaram que o Sérgio Godinho seria o autor homenageado na Feira do Livro do Porto de 2025 e eu encarei esta notícia como uma ordem quase direta: era para parar de adiar a descoberta da escrita dele para lá da música. Por ocasião do Dia Mundial da Poesia, em março, acabei por aproveitar as promoções habituais destes dias e comprei O Sangue por Um Fio, um dos livros de poesia do Sérgio Godinho, decidida a explorar a prosa na Feira do Livro.

A música do Sérgio Godinho é património nacional e, por isso, acho que será sempre impossível falar dele e da sua escrita sem ter a música bem presente. Para mim é O Primeiro Dia, mas muita da História das últimas décadas fez-se com a música dele como banda sonora. Acho que também isto não ajudou na hora de pegar em O Sangue Por Um Fio. Não soube gerir expectativas e esperei que a poesia fosse semelhante às letras das músicas. Devia ter sabido melhor.

O Sangue Por um Fio reune alguns poemas do Sérgio Godinho, num livro bastante pequenino, que se lê num instante. No entanto, o facto de ter a música muito presente acabou por limitar a minha experiência de leitura e, por isso, acabei por não gostar particularmente dos poemas e só posso mesmo culpar as expectativas.

Não acho, realmente, que seja problema da poesia do autor — acho que ir à espera de ver em poesia o que vejo em letras de músicas foi um erro que não devia ter cometido. Claro que se calhar também não esperava ver uma poesia tão diferente das que tenho lido, mas, aí, acho que até é interessante descobrir facetas meio desconhecidas.

Apesar da experiência menos positiva, irei certamente explorar a prosa do Sérgio Godinho na Feira do Livro do Porto.

Título original: O Sangue Por um Fio
Autor: Sérgio Godinho
Ano: 2009
Lido em 29 de março de 2025

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