Se listássemos as melhores sensações do mundo, uma delas seria quando os livros escolhidos nos clubes de leitura em que participamos já são livros que temos. Case in point: tinha comprado o All My Rage em janeiro do ano passado, não o li e entretanto foi escolhido como leitura conjunta do Clube do Livra-te para março. Se isto não é das melhores sensações do mundo não sei quais serão.
All My Rage é narrado pela perspetiva de três personagens: Salahudin, Noor e Misbah. Salahudin e Noor são melhores amigos. Ambos são emigrantes paquistaneses na pequena cidade de Juniper, na Califórnia, e a sua amizade é tão forte que são praticamente família. No entanto algo aconteceu entre eles e afastaram-se.
Misbah, a mãe de Salahudin, está gravemente doente e cabe a Sal tentar manter o motel da família em funcionamento, sem apoio do pai, que encontrou no álcool a forma de lidar com a doença de Misbah. Ao mesmo tempo, Noor trabalha na loja do tio e tenta a todo o custo esconder os planos de ir para a universidade. E se Salahudin e Noor ainda estão no secundário, qual é a probabilidade de conseguirem manter um motel em funcionamento e serem bem sucedidos num plano de futuro sem contar à família?
“There’s more to life than the things in front of you,” Santiago says, and now, finally, I listen. “Sometimes we hold on to things we shouldn’t. People. Places. Emotions. We try to control all of it, when what we should be doing is trusting in something bigger.”
Sei que este é um dos livros sobre os quais encontramos facilmente elogios, por isso custa-me dizer que não o achei nada de extraordinário. A escrita por vezes enfadou-me, achei fraca a construção de personagens como a Jaime e o Cachu e senti que a história não teve um encadeamento apelativo. Salvaram-se as referências musicais incríveis, que me iam ajudando a suportar alguns momentos que não achei tão bem conseguidos. Não é que o livro seja mau, mas não acho que seja tudo aquilo que vi outras pessoas dizer que seria.
Título original: All My Rage
Título em português: Toda a Minha Raiva
Autora: Sabaa Tahir
Ano: 2022 (PT: 2024)
Lido entre 23 e 30 de março de 2025
Gatilhos: violência, racismo, discriminação, luto, relações abusivas, abuso de substâncias
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