Vou já admitir: isto era suposto ser um resumo musical do primeiro trimestre do ano, no entanto a vida meteu-se pelo caminho, não consegui preparar a publicação e acabei por decidir que um resumo quadrimestral também servia. 2025 está a ser, a nível musical, muito diversificado — tanto em artistas como em géneros musicais — e está a ser particularmente interessante ter tanta música à volta.
DeBí TiRAR MáS FOToS, Bad Bunny
Acho que todos percebemos que o ano prometia quando, logo no dia 5 de janeiro, o Bad Bunny lançou DeBí TiRAR MáS FOToS. Podíamos estar em pleno inverno no hemisfério norte, mas estávamos prontíssimos para os ritmos quentes de Porto Rico. DeBí TiRAR MáS FOToS é um álbum de crítica social e política, pautado por muita salsa e reggaeton, mas também com muita nostalgia e, acima de tudo, com muito Porto Rico. Dediquei-lhe uma edição da newsletter em janeiro e continua a ser um álbum que enche os meus dias regularmente.
🫶 Weltita, VOY A LLeVARTE PA PR, KLOuFRENS
Alta Costura, Van Zee & FRANKIEONTHEGUITAR
Também em janeiro chegou um novo trabalho do Van Zee, este em parceria com FRANKIEONTHEGUITAR. Em Alta Costura o ponto de partida foram várias músicas portuguesas que trabalharam de outra forma. De José Afonso a Expensive Soul, este é um álbum que pega em temas conhecidos e os reescreve de uma forma tão própria que, muitas vezes, quase conseguimos esquecer que a sua conceção original não é do Van Zee.
🫶 Ainda Prendes o Cabelo, Fica Só.
Inquieta, Gisela João
O mais recente trabalho da Gisela João, Inquieta, vem bem no seguimento do que estava a dizer sobre o Van Zee — com a diferença que, neste caso, as letras originais se mantém. A voz da Gisela traz uma nova vida a estas músicas, escolhidas a dedo para cantar a liberdade na música portuguesa. Inquieta é um álbum que nos lembra de que a música também é resistência, também defende a liberdade. Escrevi sobre este álbum para a newsletter da Andreia, Portugalid[Arte].
🫶 Que Força é Essa, Amiga, Inquietação
Automatic, The Lumineers
Os álbuns de 2016 e de 2019 dos The Lumineers passaram-me ao lado, mas fiquei muito contente quando o algoritmo do Spotify me sugeriu Automatic no dia em que foi editado. Não sei que associação é esta, mas para mim os Lumineers sempre foram uma banda de primeiros dias de sol. Sabes quando chove durante dias a fio e finalmente vem sol — mas não vem só sol, o tempo aquece também e sabe bem levar com aquela luz na cara? Para mim, os Lumineers sempre foram uma dessas bandas e Automatic trouxe esses primeiros dias de sol ao meu mês de fevereiro.
🫶 Same Old Song, So Long, You’re All I Got
Lusa: ato I, Bárbara Bandeira
A Bárbara Bandeira faz-me lembrar artistas como a Miley Cyrus ou a Selena Gomez. Não no estilo ou na música, mas no facto de ter crescido sob holofotes e, por isso, ter descoberto quem era e quem quer ser à frente de toda a gente. Acho que podemos facilmente notar que, nos últimos quatro ou cinco anos, houve uma evolução gigante na música dela e acho que este novo projeto — Lusa — pode muito bem vir a mostrar o caminho certo para ela seguir. Do Ato I posso dizer que gostei muito e espero que seja só uma amostra da qualidade que os próximos atos terão.
🫶 Mais, Flores
The Forest is The Path (Extended Edition), Snow Patrol
Eu sei que The Forest is The Path saiu em setembro, no entanto… sei agora. Só com a extended edition percebi que me tinha escapado um álbum dos Snow Patrol, de quem gosto muito. Não acho que seja um álbum tão marcante quanto alguns dos anteriores, mas achei-o muito coeso e trouxe-me uma das minhas músicas favoritas do ano até ao momento.
🫶 All
Um Gelado Antes do Fim do Mundo, Capicua
Olá, temos álbum favorito do ano, okay? O mais novo da Capicua veio para dar poesia à primavera e acho que estou desde dia 21 de março a ouvi-lo diariamente. Num álbum com muita reflexão social, política e até auto-reflexão, Um Gelado Antes do Fim do Mundo mostra, mais uma vez, só para que não restem mesmo dúvidas, que a Capicua é uma das maiores letristas portuguesas. Nem vale a pena pensar em duvidar.
🫶 Apartamento, Ao Ocaso, Flamingo
SABLE, fABLE, Bon Iver
Para mim, Bon Iver é música de outono/inverno. Imagino sempre Bon Iver a tocar em noites de chuva, com velas acesas. Felizmente, abril veio chuvoso, por isso até combinou, mas não esperava encontrar um refúgio tão bom nesta primavera. SABLE, fABLE tem sido uma excelente companhia de leitura e de escrita, como, aliás, Bon Iver consegue sempre ser.
🫶 Awards Season
Entre Nós, Bispo
Bispo quis ser do contra e decidiu que primeiro dava grandes concertos e depois lançava um álbum novo e, honestamente, quem sou eu para criticar? Entre Nós é um álbum muito familiar, no sentido em que a família e o amor são temas centrais, e traz várias parcerias, incluindo com Olavo Bilac, o que me faz pensar que ele quis deixar um easter egg em O Teu Cheiro.
🫶 Último Beijo
Que álbuns têm feito a banda sonora do teu ano?
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