um ano de kindle: o que mudou nos meus hábitos de leitura

Sempre que publico alguma coisa sobre o que tenho andado a ler, há alguém que diz que adorava ler tanto como eu leio. Talvez não saibas, mas eu nem sempre li tanto como leio agora. Sempre li, é certo, mas não tinha tanto acesso a livros como tenho agora e, por isso, lia várias vezes o mesmo livro e não lia assim tantos livros por ano. Acho que o ano em que me lembro de ler mais foi em 2013, na primeira metade do ano, porque me emprestaram muitos livros. Acho que ultrapassei os 40. No ano seguinte, com a licenciatura, li 19 e já foi bom. Depois, em 2015, fui desafiada pela Ana a ler 50 e consegui. Nem sabia que era possível ler tanto num ano! Esquecendo 2016, o pior ano de sempre, tenho lido cada vez mais (vou em 24 livros este ano).

Onde é que o Kindle entra nesta narrativa? Tem sido uma grande ajuda para ler mais! Comprei o Kindle no início de Março do ano passado, há um ano e um mês, mais ou menos, e desde aí já li 45 livros lá. Para teres uma noção ainda melhor das coisas, dos 79 livros que li desde que o tenho, 45 foram lidos no Kindle. É mais de metade. Não troquei o papel, tal como já escrevi aqui, mas facilita muito na hora de ler. Além disso, permitiu-me ganhar novos hábitos e recuperar outros.

O que mudou nos meus hábitos de leitura

Ando sempre com um livro

Isto era algo que nem sempre era possível para mim. Eu bem tentava andar com livros comigo, mas às vezes o peso era demasiado. Se estivesse a ler um livro muito pesado não o levava comigo, por exemplo, principalmente se saísse com outras coisas pesadas na mala. O Kindle, por ser leve, deu-me novamente o hábito de andar com livros, o que me fez voltar a ler on the go

Agradeço isto principalmente quando saio de casa com a câmara fotográfica, que é um bocadinho mais pesada, ou quando vou a algum lado e não consigo decidir que livro levar. Quando fui para o Porto levei o Kindle para não acontecer escolher um livro e o acabar demasiado depressa.

Leio mais em inglês

Tenho vários livros por ler em casa, no entanto tinha sempre uma desculpa para não os ler: o que me apetecia mesmo era ler o livro X, que por acaso ainda não existe em Portugal e é demasiado caro para o meu orçamento. O Kindle tem-me permitido ler muitos livros que não poderia ler de outra forma e admito que a maior parte é mesmo em inglês.

Os livros portugueses (de autores portugueses) normalmente leio em formato físico (até porque na maioria das vezes não existem em ebook), mas os livros originalmente escritos em inglês tenho lido praticamente sempre em inglês e tem sido muito bom para treinar uma língua de que gosto tanto. Além de livros em inglês, no Kindle leio também muitos livros de autoras brasileiras que ainda não saíram cá.

Leio mais do que um livro ao mesmo tempo

Também já falei da minha poligamia literária, por isso não deve ser novidade. A verdade é que ter um e-reader despertou a minha vontade de ser poligâmica com livros e é cada vez mais comum estar a ler pelo menos dois livros ao mesmo tempo. Isto, mais uma vez, faz com que eu leia muito mais.

Gasto menos dinheiro em livros

Não só os e-books são mais baratos (e eu ainda não comprei nenhum por mais de 7€), mas também se encontram facilmente e-books gratuitos (legalmente, na Kindle Store). Ter acesso a livros de forma mais barata tem-me feito controlar os gastos em livros. Agora, sempre que penso em comprar um livro vou verificar primeiro se não o conseguirei encontrar mais barato de outra forma e como tenho muitos livros no Kindle acabo por me impedir de comprar demasiados livros com a justificação de que preciso de mais variedade.

Se leste até aqui, convido-te a ler também a review que fiz poucas semanas depois de ter comprado o Kindle. Tal como digo a toda a gente que pergunta, continuo a gostar muito do Kindle e acho-o realmente útil e uma compra excelente.

5 Replies to “um ano de kindle: o que mudou nos meus hábitos de leitura”

  1. Isto é uma daquelas compras que adorava fazer mas que sei que não se justifica – já não há viagens de transportes públicos para mim, por isso não tenho a desculpa do peso – só se fosse mesmo pelo lado de os livros serem mais baratos, mas como eu acabo por comprá-los em segunda-mão, também não é por aí. Mas caramba, tivesse eu dinheiro para isto na faculdade e não me tinha escapado!

    Jiji

  2. Por tua culpa também ando tentada num Kindle. Ando a ver os pós e contras e ainda não me decidi. Provavelmente teria de optar por um daqueles que tem luz porque eu leio mais é na cama e como tenho mais uma pessoa e dois gatos a dormir comigo tenho de ter sempre uma mini luz para não incomodar muito, e nisso o kindle iria ajudar.
    Eu agora compro muitos livros em inglês e em pocket para serem mais baratos senão ia à falência 😛
    ***

  3. Sempre li mesmo muito, e sempre comprei imensos livros, sempre em Inglês porque eram bem mais baratos, até 2007 em que perdi emprego, comprei casa, engravidei, não necessáriamente pela mesma ordem, e depois a economia descambou e deixei de poder comprar livros, porque fraldas faziam mais falta. Durante dez anos practicamente só li livros repetidos, fora uns dois ou três por ano que conseguia ou que me oferecessem ou juntar uns tustos para comprar. Não tinha Kindle, nem tablet, nem dinheiro para os obter e por isso não lia em formato digital. Mas em 2016 auto publiquei o meu primeiro livro, e logo percebi que era necessário um envolvimento no mercado de autores independentes que envolvia ler muito mais livros auto publicados. Como só tinha o portátil, era aí que lia, mas isso é pouco práctico e acabava por demorar séculos a ler um livro, até porque como tenho mesmo muito pouco tempo para ler, era coisa de roubar vinte minutos aqui, dez ali, nos intervalos do meu próprio trabalho. Agora tenho um tablet, e desde aí que já li uns quantos livros nele, posso ler á noite, sossegada no sofá, sem ter de ir para a secretária e ligar o portátil. Mas aconteceu uma coisa engraçada, nunca mais li um livro de publicação tradicional, só de autores independentes, e a grande surpresa foi verificar que há por aí muito muito bom escritor em que nenhuma editora apostou sabe-se lá como! Ler escritoress auto publicados abriu-me um mundo imenso, abriu-me os olhos e a mente, e ajudou-me muito a encontrar a minha voz em termos de escrita. Recomendo Kindles e tablets para leitura a toda a gente, de facto sai tão mais barato e o conforto é imenso!

  4. Ainda não me tentei ao Kindle por uma simples razão: teria de andar com o tablet+kindle, e isso seria mais um peso extra para a minha mala que parece carregar pedras escondidas no dia-a-dia xD
    Fora isso, tenho imensa curiosidade! Já li muito mais do que leio agora e talvez fosse uma boa forma de retomar!

    Já seguimos!

    Beijinhos,

    Daniela

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