Sinto que tudo o que disser nesta publicação vai ficar muito aquém daquilo que eu quero dizer, talvez porque não conheço palavras que me ajudem a decifrar tudo que o tenho para referir sobre o Post Traumatic e o Mike Shinoda. No entanto, não conseguia deixar de escrever sobre este EP, por todo o impacto que já conseguiu ter na minha vida e na dos outros fãs.
O Post Traumatic saiu no dia 25 e nesse dia estava tudo bem. Mas, à medida que as letras dos três temas entravam na minha cabeça, deixou de estar. Este EP não é um EP dos Linkin Park. Também não é Fort Minor. É um EP do Mike e só isso começou logo a mexer comigo: se o Mike se ia apresentar sem alter ego então estes temas iam ter uma carga de honestidade e proximidade maiores do que qualquer um poderia esperar. Honestidade é, na verdade, a primeira palavra que me vem à cabeça para definir estas músicas. São honestas, brutalmente honestas. Mas não só. São duras, reais, fortes. E tamanha realidade fez-me bater no fundo, mexeu comigo ao ponto de me deixar na merda durante quatro dias, só assim para me deixar a pensar na vida e na morte e no Chester. O Post Traumatic soa a dor e a terapia. E penso que é um pouco terapêutico tanto para o Mike como para quem o ouve.
Durante muito tempo, acho que todos os fãs de Linkin Park se sentiram à deriva. Vimo-nos sem o Chester e foi um golpe duro. Houve o concerto no Hollywood Bowl, que abriu e fechou a ferida várias vezes naquelas três horas, mas continuávamos à deriva. Havia alguns comentários (na minha opinião egoístas) desde a primeira hora: os Linkin Park vão acabar; ah, não, os LP não podem acabar!; ah, acabaram os LP; espero que acabem; quero que continuem; etc. Juro-vos que nos primeiros dias eu berrava para o computador sempre que via coisas destas, assim ao estilo Chester na One Step Closer: Shut up, shut up, SHUT UP!
O Mike e o resto da banda iam dizendo coisas, a Talinda tem feito da consciencialização das doenças mentais o seu objectivo, os grupos de fãs incentivaram a entre-ajuda. Mas acho que nos continuávamos a sentir à deriva. Este EP (e o Mike garantir que os Linkin Park vão continuar, embora não para já) surgiu como uma bóia. Uma bóia muito importante para todos. Para nos confrontar com a nossa própria dor, mas também para nos ajudar a atenuá-la. A bóia que nos impede de afundar.
A propósito, o Mike Shinoda faz anos hoje. E como eu sei que ele é um leitor ávido de blogs portugueses, aqui fica: Happy Birthday, Mike!
Ler esta publicação deixou o meu coração partido e, ao mesmo tempo, todo o meu corpo em modo de celebração. Ora por ser uma «despedida» que sei significar tanto para ti, ora por ser uma luzinha de esperança que te faz brilhar os olhos.
Vou ouvir.
Beijinhos <3
Vou responder só <3 porque não tenho palavras para esse comentário!