LISBOA: PASSEIOS NATALÍCIOS E ALGUMAS HISTÓRIAS

Rua Augusta, Lisboa
Manda a tradição que, todos os anos, em Dezembro, eu saia à rua para fotografar luzes. Adoro fotografar luzes e decorações de Natal. Não há nada a fazer… a não ser aceitar o meu convite para ir passear à noite e não resmungar quando eu paro de repente para fotografar algo. Durante o Natal, a cidade fica mais bonita à noite. Não via Lisboa em modo Natal há dois anos e é impossível não notar as diferenças, principalmente porque nunca tinha visto taaaaaanta gente na rua, a ver e fotografar as decorações lisboetas. E a maioria era espanhola, já agora. Por isso, aproveito para lhes deixar uma mensagem: Feliz Navidad!

Rua Augusta, Lisboa

Rua do Carmo, Lisboa
Rua Garrett, Lisboa
Rotunda do Marquês, Lisboa
Wonderland Lisboa
Para mim, estes passeios entre decorações de Natal ficam à parte do meu espírito natalício. Até nos anos em que não me sinto natalícia, gosto sempre de ir ver as luzes e decorações. Às vezes, são passeios feitos com uma bebida quentinha nas mãos e fones nos ouvidos, a ouvir a playlist mais indicada para o momento (a minha de Natal está aqui). Outras vezes, os fones são substituídos por conversas com os amigos. E há ainda aquelas vezes em que a única coisa na mão é a máquina fotográfica (e o saco com os presentes acabados de comprar). Seja qual for a opção é possível que o passeio seja mais bonito se, na nossa cabeça, estiver o Chris Martin a cantar Christmas Lights. Confiem em mim.
Okay, admito, também é capaz de resultar com o Coro de Santo Amaro de Oeiras a cantar A Todos um Bom Natal ou um qualquer clássico das músicas de Natal que cantávamos nas festas de Natal da escola primária. Na minha escola primária, cantávamos sempre o A Todos Um Bom Natal, o Pinheirinho e mais uma data de músicas que tinham versos suficientes para que todos pudéssemos interpretar uma quadra. Acredito que é aí que começam as inseguranças, quando temos de cantar uma quadra abaixo do nosso tom e percebemos que cantamos muito mal, que devia ser proibido fazerem-nos cantar e que o raio das janelas da escola são fortes porque desafinamos para caraças e elas não partem!
Avenida da Liberdade, Lisboa
Praça do Rossio, Lisboa
Praça do Rossio, Lisboa
Praça do Rossio, Lisboa
Praça do Rossio, Lisboa
Já devem saber que, na minha família, não há tradições natalícias nem nada do género. Tanto que, aqui entre nós, por mim passo bem a Consoada a comer os restos do dia anterior e duvido de que me apanhem a ver o Sozinho em Casa, porque não gosto dos filmes da saga. Acho, aliás, que ver A Dama e o Vagabundo na altura do Natal é o mais próximo de tradição que tenho. Por isso, não, para mim não há cá aquela coisa de abrir presente à meia-noite (já houve) ou na manhã de Natal. Não há preocupações em ter de fingir que adoro bacalhau e couves cozidas (I hate it, I hate it, I hate it!) ou aquele polvo cozido que parece borracha.
Na minha terra, no entanto, há uma tradição na noite de Consoada: o Fogo de Natal. Não há Missa do Galo, mas juntam-se todos à volta de uma fogueira gigante e… bem, é isso. O pessoal tenta ficar perto da fogueira gigante o suficiente para não congelar, mas sem queimar alguma coisa. Pelo meio há aqueles momentos giros de ena, pá, já não te via há tanto tempo [ou desde o Verão ou desde o ano anterior], que é feito de ti? e todas estas conversas muito interessantes e produtivas. Reza a lenta (nunca estive lá até tão tarde) que, a partir de uma certa hora da madrugada, há sempre alguém que vai buscar cervejas, vinho, pão e chouriça e assam chouriça e ficam lá até de manhã. Porquê? Não sei. Como? O álcool ajuda.
Terreiro do Paço, Lisboa
Terreiro do Paço, Lisboa
Terreiro do Paço, Lisboa
Terreiro do Paço, Lisboa
Sinceramente, e já que estou aqui a partilhar parvoíces histórias natalícias, acho que o Natal é a altura em que me sinto mais pobre. Okay, o Natal e a altura do Verão em que vai toda a gente de férias. No Natal, o Youtube enche-se de Vlogmas e Countdown To Christmas. Os blogues enchem-se de Blogmas e derivados. Há dezenas (centenas?) de versões dos mesmos conteúdos e os gift guides são giros de ver mas vamos admitir: a maioria das sugestões tem preços absolutamente ridículos. Desculpem, não quero ofender, mas eu não vou oferecer a ninguém algo que custa um mês (ou dois ou três) de renda ou que custa um ordenado mínimo nacional. E se têm pessoas na vossa vida que o façam então, por favor, apresentem-nos e reforcem a ideia de que quero muito fazer parte da vida delas para saber qual é a sensação de receber esses presentes que pagam 75 exemplares do meu primeiro livro. Digam-me que não sou a única a sentir-se pobre quando vê gift guides ou, como eu gosto de lhes chamar, as publicações mais engraçadas do Natal.
Okay, depois de ter partilhado todos estes pensamentos natalícios, contem-me: quais são as vossas tradições de Natal? O que é que torna o vosso Natal mais especial? E, já agora, gostaram das fotografias? E das minhas parvoíces natalícias? Era suposto rirem, se não riram… bem, é só mais uma interpretação do terceiro verso do A Todos um Bom Natal para mim. 

2 Replies to “LISBOA: PASSEIOS NATALÍCIOS E ALGUMAS HISTÓRIAS”

  1. Eu adoro o Natal. Também fiz uma publicação da iluminação da minha cidade e tal como tu, sinto-me pobre nesta altura do ano no que que respeita a prendas, a coisas físicas. Mas o Natal para mim é muito melhor se tiver a família reunida!

  2. Estive e Lisboa há alguns dias e adorei passear e fotografar as luzes de natal, estão muito bonitas :). Também faço sempre isso em Braga, é uma das minhas (muitas) tradições natalícias.
    Como assim não gostas do " Sozinho em Casa" :0? Cá na minha casa até te daria um chilique, aqui em casa vemos o filme 1 e 2 todos os anos xD.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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