Manda a tradição que, todos os anos, em Dezembro, eu saia à rua para fotografar luzes. Adoro fotografar luzes e decorações de Natal. Não há nada a fazer… a não ser aceitar o meu convite para ir passear à noite e não resmungar quando eu paro de repente para fotografar algo. Durante o Natal, a cidade fica mais bonita à noite. Não via Lisboa em modo Natal há dois anos e é impossível não notar as diferenças, principalmente porque nunca tinha visto taaaaaanta gente na rua, a ver e fotografar as decorações lisboetas. E a maioria era espanhola, já agora. Por isso, aproveito para lhes deixar uma mensagem: Feliz Navidad!
Para mim, estes passeios entre decorações de Natal ficam à parte do meu espírito natalício. Até nos anos em que não me sinto natalícia, gosto sempre de ir ver as luzes e decorações. Às vezes, são passeios feitos com uma bebida quentinha nas mãos e fones nos ouvidos, a ouvir a playlist mais indicada para o momento (a minha de Natal está aqui). Outras vezes, os fones são substituídos por conversas com os amigos. E há ainda aquelas vezes em que a única coisa na mão é a máquina fotográfica (e o saco com os presentes acabados de comprar). Seja qual for a opção é possível que o passeio seja mais bonito se, na nossa cabeça, estiver o Chris Martin a cantar Christmas Lights. Confiem em mim.
Okay, admito, também é capaz de resultar com o Coro de Santo Amaro de Oeiras a cantar A Todos um Bom Natal ou um qualquer clássico das músicas de Natal que cantávamos nas festas de Natal da escola primária. Na minha escola primária, cantávamos sempre o A Todos Um Bom Natal, o Pinheirinho e mais uma data de músicas que tinham versos suficientes para que todos pudéssemos interpretar uma quadra. Acredito que é aí que começam as inseguranças, quando temos de cantar uma quadra abaixo do nosso tom e percebemos que cantamos muito mal, que devia ser proibido fazerem-nos cantar e que o raio das janelas da escola são fortes porque desafinamos para caraças e elas não partem!
Já devem saber que, na minha família, não há tradições natalícias nem nada do género. Tanto que, aqui entre nós, por mim passo bem a Consoada a comer os restos do dia anterior e duvido de que me apanhem a ver o Sozinho em Casa, porque não gosto dos filmes da saga. Acho, aliás, que ver A Dama e o Vagabundo na altura do Natal é o mais próximo de tradição que tenho. Por isso, não, para mim não há cá aquela coisa de abrir presente à meia-noite (já houve) ou na manhã de Natal. Não há preocupações em ter de fingir que adoro bacalhau e couves cozidas (I hate it, I hate it, I hate it!) ou aquele polvo cozido que parece borracha.
Na minha terra, no entanto, há uma tradição na noite de Consoada: o Fogo de Natal. Não há Missa do Galo, mas juntam-se todos à volta de uma fogueira gigante e… bem, é isso. O pessoal tenta ficar perto da fogueira gigante o suficiente para não congelar, mas sem queimar alguma coisa. Pelo meio há aqueles momentos giros de ena, pá, já não te via há tanto tempo [ou desde o Verão ou desde o ano anterior], que é feito de ti? e todas estas conversas muito interessantes e produtivas. Reza a lenta (nunca estive lá até tão tarde) que, a partir de uma certa hora da madrugada, há sempre alguém que vai buscar cervejas, vinho, pão e chouriça e assam chouriça e ficam lá até de manhã. Porquê? Não sei. Como? O álcool ajuda.
Sinceramente, e já que estou aqui a partilhar parvoíces histórias natalícias, acho que o Natal é a altura em que me sinto mais pobre. Okay, o Natal e a altura do Verão em que vai toda a gente de férias. No Natal, o Youtube enche-se de Vlogmas e Countdown To Christmas. Os blogues enchem-se de Blogmas e derivados. Há dezenas (centenas?) de versões dos mesmos conteúdos e os gift guides são giros de ver mas vamos admitir: a maioria das sugestões tem preços absolutamente ridículos. Desculpem, não quero ofender, mas eu não vou oferecer a ninguém algo que custa um mês (ou dois ou três) de renda ou que custa um ordenado mínimo nacional. E se têm pessoas na vossa vida que o façam então, por favor, apresentem-nos e reforcem a ideia de que quero muito fazer parte da vida delas para saber qual é a sensação de receber esses presentes que pagam 75 exemplares do meu primeiro livro. Digam-me que não sou a única a sentir-se pobre quando vê gift guides ou, como eu gosto de lhes chamar, as publicações mais engraçadas do Natal.
Okay, depois de ter partilhado todos estes pensamentos natalícios, contem-me: quais são as vossas tradições de Natal? O que é que torna o vosso Natal mais especial? E, já agora, gostaram das fotografias? E das minhas parvoíces natalícias? Era suposto rirem, se não riram… bem, é só mais uma interpretação do terceiro verso do A Todos um Bom Natal para mim.
Eu adoro o Natal. Também fiz uma publicação da iluminação da minha cidade e tal como tu, sinto-me pobre nesta altura do ano no que que respeita a prendas, a coisas físicas. Mas o Natal para mim é muito melhor se tiver a família reunida!
Estive e Lisboa há alguns dias e adorei passear e fotografar as luzes de natal, estão muito bonitas :). Também faço sempre isso em Braga, é uma das minhas (muitas) tradições natalícias.
Como assim não gostas do " Sozinho em Casa" :0? Cá na minha casa até te daria um chilique, aqui em casa vemos o filme 1 e 2 todos os anos xD.
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry