A minha demora a finalmente me ver envolvida na história de narcotraficantes mais famosa dos últimos tempos prende-se totalmente com o facto de ver demasiadas coisas e acabar por me perder no meio delas. Desta vez, no entanto, disse que ia ver… e vi, adorei e aguardo a nova temporada!
Para quem não conhece, Narcos é uma produção Netflix sobre como os cartéis de droga colombianos tornaram a cocaína um negócio de tal forma rentável que chegou a várias partes do mundo. Nestas duas primeiras temporadas, a história foca-se no Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar, e nos esforços feitos pela DEA e a policia colombiana para acabar com o cartel e capturar Escobar. Embora seja totalmente baseada em factos verídicos, no início de cada episódio passa o aviso de que algumas situações foram ficcionadas, como é mais do que normal.
A primeira temporada cobre um período de tempo mais longo, de cerca de quinze anos , enquanto a segunda temporada se foca no último ano e meio de fuga de Pablo Escobar. Ao longo de vinte episódios de uma hora (dez em cada temporada) é impossível não ficarmos abismados com o papel de Wagner Moura como Pablo Escobar. Sim, o espanhol dele não é o melhor do mundo, mas toda a caracterização é extraordinária! Desde a expressão facial, aos tiques do verdadeiro Escobar, ao facto de ter engordado para o papel e ter conseguido que a sua expressão como Escobar fosse tão convincente que há algumas cenas em que até quem está a ver consegue ficar recear a personagem. Eu, por exemplo, juro a pés juntos que o Wagner é tão convincente que numa cena passada na La Catedral, em que o Escobar assassina um homem à paulada, eu quase consegui ver raiva nos olhos dele. Foi assustador… e espectacular!
Acho que foi a forma como Wagner Moura conseguiu humanizar a sua personagem que influenciou o ligeiro síndrome de Estocolmo vivido à volta de Pablo Escobar: sim, ele é o vilão, mas é possível criar uma certa empatia com ele. E a culpa é toda do Wagner!
Depois, claro, há ainda as prestações do Boyd Holbrook, como o agente Steve Murphy, e do Pedro Pascal, como agente Javier Peña, que acrescentam claramente algo à série… principalmente o Pedro Pascal. Não o conhecia, mas estou fã, só por todo aquele ar de sedutor!
Se tiverem uma certa aversão a cenas de sexo e nudez, palavrões a torto e a direito e a banhos de sangue, talvez não seja a série de que mais vão gostar mas, de facto, não há outra forma de o mostrar: foram assassinadas milhares de pessoas, houve muito sangue nas ruas da Colômbia naquele período de tempo. E embora tenha a sua quota parte de ficção, Narcos é um retrato de algo real. E acho que é o todo que torna a série tão boa quanto é.
A série foi já renovada para mais duas temporadas e pelo menos o Pedro Pascal irá fazer parte do elenco (ámen!)… tal como o actor português Pêpê Rapazote irá dar uma perninha na série, embora ainda não seja conhecida a personagem que interpretará. A questão que fica agora é… plata o plomo, sus malparidos?
Título Original: Narcos
Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal
Criador(es): Carlo Bernard, Chris Brancato, Doug Miro
Ano: 2015 – actualmente [terceira e quarta temporadas confirmadas]
Nota IMDB: 8,9/10
Nota ASW: 9/10
Opinião sobre outras séries aqui
Quem não adora Narcos é mesmo um malpardio!
Tenho muita curiosidade sobre a série… já desde que saiu.
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