daylight

Durante muito tempo, se me perguntasses por que motivo escrevia, era possível que a resposta fosse mesmo porque é a única coisa que sei fazer. No entanto, não era uma resposta totalmente correcta. Hoje sei isso. Não é que eu saiba fazer muito mais do que escrever, mas há motivos muito mais egoístas na minha escrita e, curiosamente, depois de uma reacção à última newsletter, percebi isso mesmo.

Escrevo porque esta é a forma mais simples que tenho de aliviar a mente. E isto é, realmente, a parte mais egoísta da escrita. Mas também escrevo porque acredito que as palavras são poderosas. Mesmo que às vezes tenha medo do poder delas, acredito que tenho de o usar para tentar chegar a alguém. Digo sempre que só preciso de chegar a uma pessoa: se chegar a essa pessoa e conseguir que essa leia o que tenho para dizer e, quem sabe, sinta o mesmo então sei que valeu a pena.

E mesmo que ninguém leia o que escrevi, como acontece com muitas histórias não publicadas, o facto de saber que tenho coisas a dizer, histórias a contar, faz-me perceber que arranjo sempre um propósito maior para a minha escrita. Escrevo para aliviar a mente, escrevo para chamar a atenção sobre algo, escrevo porque preciso de respirar. No fundo escrevo porque sim. E porque não?