daylight

Talvez a tenha ouvido na rádio, mas só em setembro, quando saiu Chamada Não Atendida fui realmente ouvir a Bárbara Tinoco. A música apareceu-me no TikTok, penso eu, com um excerto que me fazia lembrar algo que eu vivera semanas antes: «não dizias que me amavas / nunca com essas palavras / e eu feita poetisa / eu devo ser masoquista / para os amigos pessimista / mais uma na tua lista». Gostei tanto da música que dei uma oportunidade a todas as outras e, sem querer, encontrei ali a banda sonora ideal para o mês que se seguia, aquele mês em que despedacei por completo o coração. De banda sonora de coração partido a banda sonora geral foi um instante e as músicas da Bárbara conquistaram-me pela simplicidade e pelas letras com as quais consegui facilmente relacionar-me. Quando se proporcionou a oportunidade de a ver ao vivo, no Super Bock Arena, antigo Pavilhão Rosa Mota, eu, o Diogo e o Ricardo decidimos aproveitar. Que mais podíamos fazer num fim de domingo de início de primavera?

Não sabia bem o que esperar de um concerto da Bárbara, mas não esperava que fosse mais do que um concerto. Acabei surpreendida, porque foi mais do que um concerto: foi um espetáculo, com música, performance e um cenário que deu à atuação algo mais. Ao longo de pouco mais de 1h30, cantámos as músicas que já conhecemos e pudemos ouvir várias músicas que vão fazer parte do novo álbum e foi um fim de tarde bastante agradável. A personalidade da Bárbara em palco é muito tranquila, engraçada e honesta e é um gosto poder aproveitar música boa, feita por gente assim, na companhia dos nossos amigos.