- Quando: 26 a 30 de novembro de 2023
Em 2022 tive o privilégio de ter uma aula sobre crónicas com a Tati Bernardi. Está bem que paguei o curso com o meu dinheirinho, mas foi um privilégio poder fazer o curso e, acima de tudo, poder entrar, por um bocado, na mente de tantos cronistas — e nessa lista estava a Tati Bernardi. Tinha conhecido as crónicas dela uns meses antes, quando li E Depois a Louca Sou Eu, e fiquei fã. Adoro crónicas, principalmente crónicas com uma pitada de humor. Claro que não ia perder a chegada de um novo livro de crónicas.
Na verdade, Homem-Objeto não é bem um livro novo. É mais ou menos novo. O livro foi publicado no Brasil em 2018 e a edição que chega agora a Portugal vai além da versão brasileira e traz algumas crónicas novas. Como saiu em novembro decidi que era uma forma de a Tati me dar um presente de aniversário e fui logo comprar.
Não vou ligar agora para o meu pai, que tem setenta e cinco anos, e falar “ma que conselho machista!”. Mas certamente vou dizer ao meu filho, se tudo der certo, que os mocinhos são seres maravilhosos e sensíveis (vou pular a parte mala do purificado) e que uma garota pode se esfregar pelada nele, pode ter tatuagem de demônio fumando crack, pode ter transado com todos que ele conhece, pode falar palavrões mais cabeludos que sua própria nudez e, ainda assim, ela deverá ser tratada com todo o respeito e sem nenhuma violação.
Homem-Objeto inclui algumas dezenas de crónicas publicadas na Folha de São Paulo, com temas muito variados mas algo em comum: o humor. Podem ser relatos do dia-a-dia, alguma observação peculiar, histórias meio exageradas, mas têm sempre alguma carga sarcástica associada, algo que se aprecia particularmente na obra da Tati. Uma das minhas crónicas preferidas, por exemplo, foi “Quando o Bebê Der Certo”, que tem muita graça.
Os livros de crónicas têm a particularidade de poderem ser lidos lentamente, uma ou duas crónicas por dia, para nos acompanharem durante semanas, ou lidos de rajada, quando a escrita agrada. Para mim foi uma leitura de rajada, que me acompanhou poucos dias, mas que fica sempre mais tempo, que mais não seja na vontade de escrever mais crónicas.
Um dos livros que estou mais ansiosa por comprar e ler! Vou só deixar o Natal passar, não vá um milagre acontecer :p
Alô, Pai Natal? Olha aqui!