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Desde que a tradução chegou a Portugal que andava de olho n’A Breve Vida das Flores. O êxito que o livro da Valérie Perrin teve não me passou ao lado, mas fui adiando a compra. Acabei a comprá-lo na primavera e estive para o ler por duas vezes, mas sentia sempre que não era o momento certo. No verão ainda li dois capítulos, mas achei que não estava com a disposição certa. Deixei-o para o fim do ano e quando o terminei fiquei contente por ter esperado. Não o poderia ter lido sem estar totalmente disponível para aproveitar a beleza da escrita da Valérie Perrin.

A Breve Vida das Flores traz-nos Violette Toussaint, guarda de cemitério numa vila francesa. Os dias de Violette pareciam ser semelhantes, preenchidos apenas por visitantes ocasionais e pelos colegas — três coveiros, três agentes funerários e um padre — até que, um dia, chega Julien Seul, chefe de polícia. A mãe de Julien morreu e deixou instruções para que as suas cinzas fossem depositadas na campa de um desconhecido.

Com o diário da mãe de Julien, onde conta a sua história de amor escondido, Violette acaba a reviver a sua própria história e, acima de tudo, revive a história do luto que ainda a acompanha — o luto da morte da filha.