20 coisas que aprendi aos 20

Fiz 21 anos no domingo. Isto pode ser uma espécie de balanço de tudo aquilo que aprendi neste (curto) tempo e que serve para levar para a vida toda. Aproveito, já agora, para agradecer as mensagens de aniversário! You rock!

Os pontos ligam-se todos.

Disse-o há vários meses e continuo a acreditar que isto não podia ser mais verdade. Nos últimos dois anos, ou talvez mais neste último ano, percebi que tenho sonhos muito maiores do que o jornalismo. No entanto, embora tenha ponderado desistir deste curso, sei que precisava dele na minha vida. Tudo se liga. Este curso tem-me ensinado muito sobre jornalismo e ainda sobre mim própria, sobre amizade e sobre trabalho. E não é por não ter aulas que me permitam aprender sobre jornalismo; é porque tenho feito da minha experiência universitária aquilo que sempre imaginei que deveria ser: auto-descoberta, ultrapassar barreiras, ir mais além e compreender, por fim, que não faz mal se os nossos sonhos se desviam da nossa área de estudos inicial.

Nem toda a gente fica. E ainda bem.

Isto pode soar clichê mas nem tudo o que perdemos é uma perda. Este ano tive uma daquelas conversas que eu sabia que eram de despedida. Não por um de nós ir embora mas porque assim tinha de ser. E é melhor assim. Aquilo que na altura me parecia doloroso, hoje é uma dádiva porque sei que não queria alguém assim na minha vida. Garanto-vos que quem tiver de ficar fica. Sempre. Aqui ou em qualquer outra parte do mundo. Prova disso é que mesmo quem estava a milhares de quilómetros arranjou uns minutinhos para me alegrar o dia de domingo.

Escrever sobre o que sentes não é mal nenhum.

Já escrevi mais, é verdade. Mas também já escrevi muito menos porque sentia que as pessoas à minha volta me limitavam e não me deixavam escrever sobre o que me ia na cabeça. Hoje, sei que prefiro escrever sobre o que sinto a deixar acumular coisas. Escrever há-de ser sempre a melhor terapia. Mesmo que os livros começados se acumulem, mesmo que ninguém nos leia, mesmo que alguém nos venha perguntar algo sobre o que escrevemos. Prefiro escrever a sentir-me a sufocar.

Na dúvida… come massa.

Inspirei-me na Carolina. Este ano cozinhei, sozinha, arroz pela primeira vez. No passado, já tinha usado uma espécie de arroz que vem nuns pacotinhos e é só meter o pacotinho em água a ferver, mas este ano cozinhei arroz como deve ser: medir a água, medir o arroz, etc. Também comecei a cozinhar batatas muiiiiito de vez em quando. Mas nunca me tirarão a massa. Na ESCS, a Bárbara embirra com o facto de eu levar massa praticamente todos os dias, mas I don’t care. Massa é vida, minha gente, massa é vida.

Às vezes é preciso mudar.

Nos últimos 365 dias mudei de casa e de blog. Em ambos os casos, fiz as mudanças sozinha. Sim, custou muito andar dois quilómetros a pé com uma mala super pesada; sim, doía-me a cabeça ao fim de um dia inteiro a trabalhar com HTML e CSS; sim, não podia ter gostado mais destas mudanças. Já tive muito medo das mudanças. Agora, gosto delas. Às vezes, as mudanças são necessárias para nos sentirmos melhor connosco próprios. E não há mal nenhum nisso.

Se fosse suposto ficarmos num só lugar, ninguém teria inventado meios de transporte.

Não conseguiria viver a minha vida se tivesse de ficar presa a Fiães ou a Lisboa para sempre. Não dava. Tenho cada vez mais a certeza de que quero ir a muitos lugares pelo mundo e não vejo problemas em admitir que quero viver no estrangeiro. Ainda hoje escrevi isso no meu texto do CPR: se fosse suposto ficar sempre num só lugar, os meios de transporte e as estradas não existiriam.

Futebol nunca será coisa só de rapazes.

Sou portista, não desde sempre, mas para sempre. O Porto é mais do que o meu clube. Tal como o Torres é mais do que o meu jogador preferido. Os festejos, as frustrações, as lágrimas, a felicidade… há coisas que serão sempre difíceis de explicar mas, de facto, futebol não é coisa de rapaz. Perguntem a quem já me viu gritar golo como se tivesse ganho a lotaria.

O passado faz parte de ti, mas não tens de levar com ele a toda a hora.

Temos de aceitar o nosso passado e perceber que, sem ele, não estaríamos onde estamos. É uma realidade. No entanto, não temos de ser condenados pelos nossos erros do passado para sempre. Se pedimos desculpa, se aprendemos… pá, ninguém sofrerá mais com o nosso passado do que nós próprios. Logo, o melhor a fazermos por nós próprios é aceitarmos o passado como parte de nós.

A minha mãe é a minha família. E é a melhor família que podia ter.

Não sei o que mais posso dizer sobre isto. A minha mãe e a Dama são a minha família; eu sou a família delas. Simples. Não é preciso mais.

Gostas do que gostas e não há nada a fazer.

Se ouves algo, se vestes algo, se vês algo… tu é que tens de gostar. Nem todos gostamos das mesmas coisas e, sinceramente, não temos de gostar. Eu ouço muita música que é fortemente criticada de forma negativa e não me importo. Não ouço só música realmente boa; também gosto de ouvir música que não é tão boa mas da qual gosto. Não estou para ficar presa ao que é bem visto pelos outros. Eu gosto do que gosto. O resto são pormenores.

Nem toda a gente percebe.

Acho que isto deve ser das coisas mais complicadas de aceitar. Não podemos esperar que toda a gente perceba o que sentimos ou que perceba aquilo com que sonhamos. E não podemos obrigar as pessoas a perceber. Se explicamos e não compreendem, o melhor é não ficarmos frustrados. Mais vale procurar quem perceba. E existe sempre alguém.

Acreditar e trabalhar são dois passos importantes para conseguir algo.

Este ano fiz fiz três exames de recurso e um exame de uma disciplina que tinha ficado por fazer. Só falhei num recurso. De resto, esforcei-me, perdi muitas horas de sono, abusei da cafeína, dei em doida… mas consegui. E não é só em coisas das aulas. Quando acredito em algo e trabalho para isso, normalmente consigo o que quero atingir. Provas disso? Estou na ESCS, não estou?

Yoga é das melhores coisas do mundo.

Obrigada, Joana! A sério, obrigada! Até Março deste ano eu nunca tinha experimentado yoga. Vontade não faltava mas arranjava sempre desculpas. Depois de conhecer a Joana e de perceber o quanto ela gosta desta actividade, pedi-lhe umas dicas e comecei a ver vídeos na Youtube e no Vimeo. Tenho de comprar um tapete, é verdade, mas gosto cada vez mais daqueles momentos a seguir uma qualquer aula youtubiana. Yoga é vida, pessoas! Eu sei que disse há pouco que massa era vida… you can have both.

Não podemos ficar estagnados.

Precisamos de inovar, de aprender, de nos desafiar… aquela ideia da formação ao longo da vida pode parecer descabida para algumas pessoas mas acho-a super importante. E não precisa de ser a nível profissional. Também temos de investir em nós e naquilo que gostamos de fazer. Vale sempre a pena.

Temos sempre mais a agradecer do que aquilo de que nos lembramos.

Garanto-vos que temos. Aliás: este ano vou provar-vos isso com uma publicação de Thanksgiving. Mas, antes disso, posso garantir-vos que isto é verdade. Ainda há dias, depois de receber uma notícia péssima, alguém me fez perceber isso. Claro que não anulou aquilo que correu mal, mas deu-me um bocadinho de força para aguentar.

O rapaz da minha vida está ao virar da esquina… eu é que ainda não encontrei a rua certa.

Sabem aquela frase do “cada tiro, cada melro”? É mais ou menos isso. É que nem me apetece falar mais sobre isso.

As despedidas nunca serão fáceis.

Pode ser a família que regressa à Alemanha, pode ser aquela amiga que vai emigrar ou pode ser só a Dama a ficar e eu a ir embora por um mês. As despedidas nunca serão fáceis, mesmo que se torne mais fácil lidar com a saudade.

Se as pessoas não sabem respeitar opiniões, então não vale a pena continuar a debater ideias.

Querem que diga mais?

Temos de saber parar.

Aprendi-o da pior forma mas aprendi-o. Agora sei que, mesmo que esteja a afogar-me em trabalhos, tenho de arranjar sempre uns minutos ou umas horas para relaxar e fazer algo que não exija tanto de mim e me permita relaxar. Nem que tenha de me obrigar a parar.

Ama, escreve, dança, canta, (…), com todo o teu coração.

Faças o que fizeres, fá-lo com a certeza de que pões tudo de ti e do teu coração nisso. Faz toda a diferença.

 

Agora, estou pronta para os 21.

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