o primeiro dia

Podia perfeitamente vir aqui com o discurso saudosista de que o tempo passa depressa e de que parece que foi ontem, porque, na verdade, o tempo passou depressa e parece que foi ontem. Mas não foi. Acho que, no fundo, numa forma muito ingénua de ser eu, sempre tive alguma esperança de que aquele dia mudasse algo na minha vida, de que fosse um ponto de viragem. Foi um dia especial, claro, mas possivelmente não mudou nada, só marcou.

Ainda me lembro do dia em que aquela história começou a ser pensada, no Verão de 2010. Brinco muitas vezes com o facto de que a CP um dia ainda me cobra por tudo aquilo que já escrevi em viagens de comboios, mas como não ter ataques de inspiração num comboio que passa por locais com paisagens super bonitas? Pois! (…) Anyway, esta história começou assim. Num comboio, a ser escrita nos rascunhos de um telemóvel que tinha teclas e não tinha câmara, há seis anos. Chamava-se O Primeiro Dia, num toque de Sérgio Godinho, e não parecia vir a ser nada do que acabou por ser.

Acabou por mudar de nome mas aquele talvez tenha sido o primeiro dia em que acreditei que conseguia fazer algo maior, algo que chegasse a alguém. No ano passado escrevi que aquilo tinha sido o início de algo que eu ainda não sabia o que seria. Até pode não ter sido o início de nada mas, para todos os efeitos, há três anos eu apresentei o meu primeiro livro e desde aí que teremos sempre Londres.

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