as life goes by…

Se as contas não me falham, desde o dia 30 de Setembro que tenho publicado quase diariamente no A Sofia World. Falhei uns três dias, por aí. Nos últimos dias tenho publicado até mais do que uma vez por dia. Tenho escrito muito aqui. Até voltei a escrever no CPR. Não fui, no entanto, ao contrário do que devem estar a pensar, atacada por um vírus de inspiração súbita. Não, nada disso. Quem me dera que fosse.
 
Nos últimos dias o blog tem sido mais do que o cantinho onde escrevo. O blog tornou-se no meu refúgio, naquilo a que me agarro para fugir um bocadinho à realidade. Há dores que espero nunca conhecer e há outras que espero que um dia se tornem menores. Nunca, em momento algum, imaginei que perder um animal de estimação doesse tanto. Mas dói. Oh, se dói! Ainda não sei como dormir com aquela cama enorme só para mim. Durmo no meio, para parecer que a ocupo mais, mas sei que metade dela está vazia porque a Dama já não está.
 
Agora, durmo sempre com a porta do quarto encostada e não tenho vontade de me sentar na sala durante a tarde. Quando acordo ainda espero vê-la dormir ao meu lado ou algures no meu campo de visão. Quando me levanto espero senti-la seguir todos os meus passos ou sentir o olhar cravado em mim enquanto faço alguma coisa. Ainda espero ouvi-la respirar ou ressonar. À noite só se ouve o barulho do frigorífico e já não a ouço. Durante o dia ainda olho para o chão à procura, ainda começo a falar alto como se estivesse ao meu lado. Sei que está melhor assim, mas ela faz falta aqui.
 
E então agarro-me ao melhor que tenho para dar, àquilo que faço melhor. Agarro-me à escrita. O blog tem sido a minha bóia. Enquanto estou ocupada aqui evitam-se males maiores. Sei cada vez melhor aquilo que quero deste espaço e poder vê-lo crescer é motivo de orgulho, principalmente quando dou tudo para que isso aconteça. Faz-me falta a Dama. Faz-me falta muitas outras coisas. Mas por enquanto vou escrevendo. Parece pouco, mas faz muito. 

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