Nunca saberei quando foi a primeira vez que ouvi GNR. Eu sei que parece fatalista, mas é a verdade. Isto porque, possivelmente, a primeira vez que ouvi GNR deve ter sido quando ainda era um embrião na barriga da minha mãe. De todas as coisas que herdei da minha mãe, gostar de GNR deve ser a mais notória e aquela de que ela mais se orgulha. Quando, há uns meses, conseguimos finalmente completar a discografia da banda, em CD, foi uma vitória para mim também.
A minha mãe já os viu ao vivo muitas mais vezes do que eu, como é óbvio. A começar pela bela história do concerto de Alvalade, em 1992, ela já foi a concertos deles a que eu não fui. Mas eu nunca tinha ido a um concerto dos GNR a que ela não fosse. Mas ontem fui, embora me estivesse a sentir muito estranha por ir ver o Reininho e companhia sem a minha mãe.
O Casino de Lisboa organiza, há alguns anos, uma série de concertos gratuitos à segunda-feira, durante um determinado período do ano. Se vivem na zona, é sempre algo a considerarem porque podem ver vários artistas sem terem de gastar dinheiro (a não ser que vão jogar qualquer coisa). Foi inserido nesta iniciativa que os GNR actuaram ontem no Casino e lá fui eu.
Foi uma hora e meia de músicas que eu conheço tão bem que quase parei de cantar quando as pessoas ao meu lado não cantavam. Mas, lá pelo meio, cantámos juntos temas como Pronúncia do Norte, Dunas, Morte ao Sol, Ana Lee. O concerto começou sem atrasos e, durante uma hora e meia, fui muito feliz. E olhem, sinceramente, não me canso de cantar GNR… motivo pelo qual estou a ouvir o álbum dos 35 anos e cantar com eles enquanto escrevo.
De todas as coisas que herdei da minha mãe, gostar de GNR é a minha preferida. Não só quando estou em casa a ouvi-los e a minha mãe, do jardim, consegue ouvir-me a cantar e bater palmas como se estivesse num concerto (ups), mas também quando decido ir sozinha a um concerto deles.
Podem recordar os concertos no Coliseu dos Recreios, em 2015, e no Teatro Municipal da Guarda, em 2016.
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