MY NEXT GUEST NEEDS NO INTRODUCTION

O meu género jornalístico preferido é, sem qualquer dúvida, a entrevista. Se for bem conduzida, soa a conversa. E eu gosto de ouvir as conversas. É por isso que hoje vos venho falar de um programa de conversas: My Next Guest Needs No Introduction, com David Letterman, que está disponível na Netflix. É um programa de seis episódios (mais um especial), cada um com uma hora de duração, em que a conversa está tão boa que não queremos que acabe.

Em cada episódio há um convidado diferente e cada convidado traz dezenas de temas à baila, dos mais sérios aos mais engraçados. O primeiro episódio estreou no dia 12 de Janeiro de 2018 e os restantes saíram nos meses seguintes, um por mês, à excepção do penúltimo, do último e do especial, que saíram todos em Maio. O primeiro convidado foi o presidente Barack Obama, seguiu-se o George Clooney, a Malala Yousafzai, o Jay-Z, a Tina Fey e o Howard Stern. Há, ainda, um episódio especial com o Jerry Seinfeld.

Aquilo que mais me impressionou foi a condução das entrevistas porque não as senti como entrevistas mas como conversas entre amigos, em que cada um podia dar a sua opinião ou fazer perguntas, e acho que o Letterman fez um trabalho impecável como só ele poderia fazer. Também gostei do facto de a duração dos episódios parecer curta. Numa hora de conversa pode dizer-se muita coisa e, a certo ponto, para um programa, pode tornar-se demasiado tempo. Mas neste caso acho que havia muito para dizer e uma hora passou a correr. Há que referir, também, a diversidade temática, não só em convidados, mas nos assuntos das conversas. Adoro conhecer um bocadinho de cada parte dos entrevistados e o programa faz isso muito bem.

Mesmo que não tenham um interesse particular em todos os convidados (eu tenho uma relação de mais ou menos irritação pelo Jay-Z) ou que não conheçam todos (duvido, mas nunca se sabe), acho que vale a pena ver todas as entrevistas porque cada uma delas têm uma perspectiva muito particular e interessante sobre a vida e o mundo. As minhas preferidas foram a do presidente Obama e a da Malala.