No fim-de-semana, a meio de uma conversa, entrei em dois blogs que não lia há muito tempo. Fui ao arquivo procurar uma publicação mais antiga e li a mais recente. Depois fiz o mesmo com o meu blog. Talvez não saibam, mas um dos meus maiores medos, enquanto pessoa que escreve e enquanto pessoa que trabalha com criatividade, é não evoluir, não experimentar coisas diferentes e perder a criatividade que acho que tenho. Se ler as primeiras coisas que publiquei neste blog noto logo uma diferença considerável para o que publico agora. Se for mais atrás a diferença é ainda mais notória. Costumava achar que era o mais normal, que evoluíssemos sempre de forma positiva. Mas nem sempre é.
Acho que para algumas pessoas, sair da zona de conforto é evoluir, é procurar novas formas de apresentar um projecto, é perder horas a preparar uma publicação diferente, é gravar um vídeo para algo que podia ser escrito. Tenho muito medo de perder esta vontade de pensar sempre em formas diferentes de apresentar uma publicação, de querer sempre fazer algo diferente, de evoluir na escrita, de fazer com que uma pessoa possa ler uma publicação antiga e uma recente e perceba que, apesar de a minha essência estar lá, há melhorias.
Tenho medo de não sair do mesmo sítio. Claro que não vou estar sempre a fazer coisas diferentes, mas de vez em quando preciso de algo diferente, de algo que até pode ser um flop, de escrever de forma diferente, de alternar entre escrita fria e escrita quente (escrita sem sentimentos e escrita com sentimentos), de gravar um vídeo (não sei quando volto aos vídeos…), de planear séries de publicações, de escrever sobre temas diferentes, de fazer coisas diferentes. Preciso da perspectiva de evolução, preciso de aprender coisas novas, preciso de sentir que estou a fazer algo para mudar e evoluir. Tenho medo de não sair do mesmo sítio… e só posso esperar que todas estas coisas de que preciso me levem a algum lado.
Entendo-te bem. Vivo também com esse bichinho atrás da orelha e, para te ser honesta, nem sei se estou a evoluir ou não – há áreas em que sinto que sim, outras que me deixam na dúvida. E aí entra o síndrome do impostor. O velho amigo. Mas sei lá, acho que a única forma de crescermos é mandando-o dar uma curva ao bilhar grande, não é? E seguir, só. Fazer!
Jiji
Nem foi a síndrome de impostor porque, caso contrário, ainda estava a escrever o texto agora, mas é, de facto, algo que limita tanto, tanto, tanto…
Também é um receio e uma vontade que tenho. Porque adoro escrever e desafiar-me; adoro perceber quais podem ser os meus limites e quais os temas que ainda me provocam interesse em abordá-los. E sinto que, com o tempo, tenho cada vez menos medo de experimentar e perceber que não correu bem, porque é assim que se aprende e que acabamos por definir o nosso caminho.
Sim, em escrita normalmente também tenho menos medo de arriscar coisas diferentes. Se correr mal… paciência!