Terminei na semana passada o Desafio dos 21 Dias de Journaling, criado pela Filipa Maia. Como foi uma experiência de que gostei e que me fez pensar muito, achei que fazia todo o sentido falar-vos melhor sobre ela e sobre o que trouxe à minha vida. Mas para isso precisamos de recuar um bocadinho.
Tive diários para aí desde o 2.º ou 3.º ano, quando tudo o que tinha para escrever era, bem, nada. Esses diários já não existem, mas sei que não era muito certinha e passava séculos sem escrever. Nessa altura, muitas vezes até partilhávamos, entre amigas, o que escrevíamos no diário. Não fazia sentido, mas era o que fazíamos. Acho que isso acabava por fazer com que muito não fosse escrito. A coisa mais honesta que me lembro de haver no meu diário da época veio na altura da morte do Féher. Depois mantive diários até para aí o 8.º ano. Mas, lá está, não escrevia tudo, não escrevia todos os dias. Depois veio o blog e até desabafava muito lá, mas houve sempre muito que ficou por dizer. Às vezes dava por mim a pegar em folhas e canetas e a escrever o que me ia na alma. Depois destruía as folhas. Só precisava de meter em papel para organizar a cabeça. Ainda há não muito tempo tive de o fazer.
Os 21 dias de journaling têm muito essa base: escrever o que nos vai na cabeça, em resposta às perguntas da Filipa. Funciona assim: depois de acederem ao site da Academia Lifestyle by design, criam a vossa conta e inscrevem-se no curso. Tudo gratuito, não se preocupem. Aí têm acesso a três semanas de perguntas, mais três extras. Há perguntas para todos os dias e cada semana tem um desafio extra, que podem optar por fazer ou não. Eu segui tudo. Mais uma vez, não fui certinha e não respondi a tudo no dia certo, mas respondi sempre.
Nem sempre foi fácil responder ao que me era perguntado e nem sempre tive muito que dizer. Houve perguntas que colocaram o dedo na ferida e foram essas que, sem dúvida, fizeram o desafio valer a pena para mim. Essas perguntas foram as que me obrigaram a ser honesta comigo. Tenho a mania de dizer que sou honesta, mas quando se trata de ser honesta comigo admito que muitas vezes, quando o assunto é difícil, evito sê-lo. Havia perguntas que me fizeram confrontar algumas das situações que referi há uns tempos, mesmo de forma indirecta, e por isso fui obrigada a ser honesta comigo. É muito importante sermos honestos connosco e é um passo fulcral para resolvermos muitos assuntos internos. É a escrever que sinto que consigo ser mais honesta comigo. Apesar de, normalmente, a escrita não ser algo impulsivo, no meu caso acaba por ser a forma como consigo mais facilmente exprimir o que sinto e até compreender melhor o porquê de o sentir assim.
Neste campo, sinto que fui totalmente ao encontro do objectivo da Filipa ao criar um desafio de journaling para auto-reflexão. As 21 perguntas foram uma ajuda para mim e acredito que o desafio pode ser interessante mesmo que não estejam com um conflito interno em mãos. Apesar de a Filipa se dirigir a um público mais feminino, é um desafio para todos, que vai incentivar-vos a criar uma rotina de escrita e reflexão, diária ou não. Não sei como ou se vou continuar com journaling regular, mas tenho a certeza de que vou estar atenta ao que a Filipa partilha, caso ela lance mais desafios do género.
Conheçam o trabalho da Filipa:
Sermos honestos connosco é mesmo fundamental, mas a verdade é que, por vários receios inconscientes, acabamos por nos desviar um pouco desse compromisso.
Fiquei mesmo curiosa com este curso e sinto que pode ser uma ajuda neste processo de reflexão!
Exactamente. Por vários motivos às vezes preferimos "mentir" a nós próprios, mas é importante tirar tempo para reflectir realmente no que estamos a fazer.
Que bom que gostaste e que algumas perguntas mexeram na ferida. É mesmo esse o objetivo. Questionarmo-nos a nós próprios é algo que não estamos muito habituados a fazer mas que só nos faz bem. E, já agora, no próximo mês haverá mesmo um novo desafio de journaling, será de 30 dias e no meu instagtam 😉
Beijinhos*
Mal posso esperar pelo próximo!!!
Vou começar o desafio também! Já me inscrevi na Academia e dei uma vista de olhos no .pdf da primeira semana de desafio. Vai ser uma batalha para mim, tenho a certeza. Obrigada por partilhares a tua experiência 🙂
Tenho a certeza de que vais gostar!
Eu comecei esse desafio, mas nunca passei do oitavo dia. Achei o conceito fenomenal, mas penso que o ter deixado em aberto diz bastante da minha situação interna. Como tal, simplesmente me apliquei mais ao meu estilo de journalling, com aquilo que a Filipa nos aconselha a praticar: escrever o que nos vier à mente, sem filtros, porque as únicas pessoas que lerão aquilo somos nós. Desde então, tenho feito por depositar pelo diário fora o que me consome, naquele momento, e tem sido uma experiência bastante acolhedora, no sentido de me fazer recordar os tempos em que eu desabafava com recurso na escrita, há uns anos, sem falhar para comigo mesma. Se, deixei de o fazer até há uns meses, foi por receio de me auto descobrir e andar a despojar-me desses receios só me tem acrescentado!!