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Na primeira vez em que li este livro estava no comboio para Lisboa. Ia sozinha, na ponta da carruagem, e só havia passageiros mais para o meio. Provavelmente, foi o que me safou de uma vergonha maior. Isto porque eu ri alto várias vezes enquanto lia, tantas vezes que acredito que teria sido chamada à atenção se houvesse pessoas mais perto. Posso dizê-lo com certezas: Crónica dos Bons Malandros é um dos meus livros portugueses preferidos e, por isso mesmo, era uma falha óbvia nunca ter falado dele.

Tudo começa quando a quadrilha de Renato, o Pacífico, tem uma proposta para fazer um assalto como nunca antes visto ao Museu Gulbenkian. O grupo planeia fazer algo inesquecível para conseguir as peças, mas antes Mário Zambujal introduz a história de cada membro da quadrilha: Pedro Justiceiro; Silvino Bitoque; Adelaide Magrinha; Arnaldo Figurante; Flávio, o Doutor; e Marlene e Renato, o Pacífico.

Além dos nomes originais para as personagens, este é um livro com sentido de humor e um tipo de escrita diferente, que dá ritmo à história e nos impede de pousar o livro antes de o terminar. Assim que decidi que em Maio ia falar de vários livros nacionais aqui pelo blog soube logo que uma das escolhas para reler seria esta Crónica dos Bons Malandros.

O humor, a história peculiar e o final longe do esperado são os ingredientes que me fazem gostar tanto deste livro. Se ainda não têm algo para ler para o The Bibliophile Club, esta é uma sugestão excelente, que certeza vos vai arrancar, pelo menos, sorrisos.

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Título: Crónica dos Bons Malandros
Autor: Mário Zambujal
Edição: 2011 (1.ª publicação: 1980)