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Sinto que, no que toca a García Márquez, eu não sei fazer gestão de expectativas. Eu pego num livro dele e não preciso de saber sobre o que fala para achar que vai ser espectacular. Talvez o tenha num patamar demasiado elevado, mas, até agora, nunca me desiludiu, portanto alguma razão devo ter. O Cem Anos de Solidão era, por isso, um livro de que esperava gostar muito. No entanto, não é fácil entrar na história da família Buendía.

Primeiro há que ter em conta o género literário em que se encontra inserido o livro. O realismo mágico é um género que nos tira da zona de conforto. Não sabemos o que nos espera. Depois é precisa concentração porque são sete geração de Buendía, com várias personagens com nomes iguais. O meu exemplar vem com uma árvore genealógica da família e fui consultá-la várias vezes para me certificar da relação entre algumas personagens.

A história passada numa aldeia colombiana chamada Macondo, uma aldeia fictícia que terá sido inspirada em Aracataca, de onde García Márquez é natural. A primeira geração de Buendía ajudou a fundar aquela terra e, a partir daí, seguimos as sete gerações e todas as suas peripécias… e são muitas!  

No fim, gostei muito do livro, sim, mas é um livro complexo, com uma história densa e que não agradará facilmente a todos. No entanto, vale mais do que a pena dar-lhe uma oportunidade e deixarem-se conquistar pela magia colombiana e por uma família que lida com morte, incesto, guerra, adultério e solidão.

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Título original: Cien Años de Soledad
Título em português: Cem Anos de Solidão
Autor: Gabriel García Márquez
Ano: 1967 [edição de 2009]

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