Sentimos sempre que Janeiro é longo, provavelmente porque Dezembro tem festas e feriados e não fazemos grande coisa além de comer ou de nos prepararmos para comer. Normalmente, torna-se um exagero dizer, no dia 15, que Janeiro já vai no 60.º dia, mas aconteceu tanta coisa neste mês que realmente parece impossível só ter tido 31 dias.
No início do mês, como é habitual sempre que começa um ano, ficámos a saber que violência (doméstica) foi considerada a palavra de 2019 pelos votantes da iniciativa da Porto Editora. É inegável que a violência doméstica marcou 2019, mas é muito triste que assim tenha sido. A violência doméstica não é apenas violência contra mulheres, mas é maioritariamente contra elas. Enquanto as penas forem leves, enquanto a violência doméstica for descredibilizada, enquanto não houver mão pesada perante quem a pratica, temo que violência doméstica seja a palavra de muitos anos.
De Janeiro, acho que isto é aquilo em que mais vale a pena pensar.
Aconteceu em Janeiro...
As redes sociais encheram-se de memes sobre uma possível 3.ª Guerra Mundial depois de os Estados Unidos terem matado um alto dirigente do Irão, com alegadas ligações a organizações terroristas. Os memes até tinham piada, mas a situação preocupava. Dias depois, o Irão atacou um avião ucraniano, por acidente (dizem). Como o impeachment de Donald Trump não deve ir muito longe, acho que ainda haverá mais episódios de memes a caminho. Sobre o assunto, o Guilherme Geirinhas fez um vídeo muito bom.
Este mês deu-se também o Brexit. Não só o Brexit, que aguardávamos há uns anos, mas o outro: o Meghxit. Os duques de Sussex, Harry e Meghan, anunciaram que pretendem ser financeiramente independentes e deixar a Família Real Britânica. Decisão arriscada, que ninguém tomaria em Portugal porque as rendas custam demasiado para aquilo que se ganha logo é difícil ser-se financeiramente independente assim do nada.
Isto da política internacional não se fica por aqui, porque o whistleblower preferido de alguns portugueses, Rui Pinto, assumiu a autoria de mais um leak importante: os Luanda Leaks. Não sei se houve muita gente a ficar realmente surpreendida com a origem do dinheiro de Isabel dos Santos, mas é bom ver o país dar destaque a leaks do Rui Pinto, já que dos anteriores…
Por fim, um novo vírus com o nome de um dos melhores jogadores do plantel actual do meu clube, o Coronavirus, colocou a povoação de Wuhan, na China, em quarentena. A situação já se tornou uma epidemia e, apesar de ainda não haver grande caso para alarme em Portugal, é preciso estar atento. O melhor para perceberes esta estirpe é leres o artigo do Shifter.
Também aconteceu...
Este mês, o Governo Sombra mudou-se para a SIC, mostrando que o canal quer mesmo dar tudo contra a TVI. Não adoro o estúdio que têm agora, mas estou muito contente por incluírem, no final, uma rubrica onde recomendam livros. Se é para melhor, que se mude sempre.
O Futebol Clube do Porto fez algo que não acontecia há muitos anos e ganhou ao Sporting em Alvalade. Podia ser bom presságio, por começarmos assim o ano, mas na verdade foi péssimo presságio: logo a seguir fomos perder duas vezes com outro Sporting, o de Braga, em jogos em que fomos assim digamos que fraquinhos. E mantemos a maldição de não vencer a Taça da Liga, que ninguém compreende bem para que existe porque já há competições mais do que suficientes, mas pronto.
Para continuarmos em coisas tristes, no dia 21 o mundo perdeu Terry Jones, dos Monty Python. Cinco dias depois, a 26, Kobe Bryant, a filha Gigi e outras sete pessoas morreram num acidente de helicóptero. A morte do Kobe deixou-me em choque. Já não acompanho basquetebol há anos, mas alguém dizia, nas redes sociais, que o Kobe é maior do que o basquetebol e eu concordo. É, por isso, difícil ficar indiferente a uma notícia destas.
Numa nota mais positiva: em Janeiro tornei-me parte da equipa de greeters do #twitterchatpt. Já costumava acompanhar cada edição e, caso ainda não o faças, recomendo.
O que li
“Não gosto que engenheiros, advogados, padres e surfistas falem de futebol.”
Taylor Swift: No Longer ‘Polite at All Costs’
Livros gratuitos? Nestes sites há vários
O Gonçalo Paciência deu uma entrevista à Tribuna Expresso que vale a pena ler, tal como muitas das entrevistas que ele dá.
A Variety, na sequência de Miss Americana, fez um artigo sobre a Taylor Swift e o propósito deste documentário com produção Netflix.
O Shifter reuniu um grupo de sites em que podemos encontrar ebooks gratuitos de forma legal.
O que ouvi
Uma das descobertas do fim de 2019 foi o podcast Ponto Final, Parágrafo. Um dos meus episódios preferidos até agora foi aquele em que o Francisco Geraldes foi convidado, mas em Janeiro houve dois episódios muito bons. O primeiro foi este com a Helena Magalhães. O segundo foi este aqui abaixo, com o Diogo Faro.
O Ponto Final, Parágrafo é um podcast sobre livros e literatura e este episódio com o Diogo foi uma boa surpresa e as recomendações dele deixaram-me muito curiosa.
Ouvi pouca música este mês, mas o novo tema do Filipe Pinto acompanhou vários dos meus dias de Janeiro e deu início a uma nova rubrica aqui no blog.
O que vi
Não vi muitas coisas este mês, mas a série Modern Love, disponível no Prime Video, conquistou-me. Os oito episódios baseados na rubrica do The New York Times são o ideal para aquecer até o coraçãozinho mais frio.
Este não é propriamente um vídeo obrigatório ou espectacular, mas Janeiro fica marcado pelo mês em que a Karol Pinheiro anunciou que está grávida. Ainda em Junho tinha chorado baba e ranho a ver o vídeo de casamento dela e agora vai haver um bebé. Pronto, queria só mesmo deixar registado.
Janeiro terminou com o documentário Miss Americana, produzido pela Netflix. É o melhor registo de Taylor Swift, odiada por muitos, adorada por mim. Voltaremos a ele em breve, mas já a contar os dias para o NOS Alive.
Não sei ainda como irá funcionar esta rubrica mensal, mas não pretendo fugir muito a estes temas. No entanto, se tiveres sugestões ou ideias para o que incluir aqui, a caixa de comentários é toda tua.
Por acaso o meu janeiro até foi bastante tranquilo, muito trabalho com o meu final do estágio, mas agora com uma mini pausa antes da minha apresentação final :).
Eu fartei-me de rir com os memes da WWIII apesar de reconhecer que, claro, é uma situação séria. Por acaso, não tinha visto o vídeo do Guilherme, fui ver agora e adorei, adoro essa rubrica dele, a explicar tudo de forma simples e divertida.
Eu sempre soube que tanto a Megan como o Harry não se iam aguentar na realeza. A Megan porque é feminista e todos sabemos que a monarquia britânica não é lá muito feminista, e o Harry por ter sido sempre um party boy.
Estou a delirar pela Karol estar grávida! Ainda parece que foi ontem que se casou.
Beijinhos
http://www.lifeofcherry.pt/
Adorei a rubrica e espero que continues com ela. Modern Love parece ser a minha cara, vamos lá ver a série. O podcast tem sido a minha companhia quando volto do trabalho, vale mesmo a pena
Vou continuar, sim! ?
Janeiro, para mim (a acho que ao contrário de muita gente) passou a correr. Mas olhando para trás parece que foi um ano, com tanta coisa que aconteceu
Gostei deste formato e de estares a aproveitar a liberdade criativa que o wordpress permite (como tu bem dizes “se é para melhor, que se mude sempre”) 😀
Obrigada! ?
Janeiro chegou com um turbilhão de acontecimentos! Alguns mais sérios do que outros, é certo, mas, de facto, houve muitos pormenores impossíveis de ignorar!
Gostei imenso deste formato 🙂
Obrigada!! ?
Por vezes esqueço-me, mas esta publicação relembrou-me a tua veia jornalística e o porquê de combinar tão bem contigo. Gostei mesmo muito desta introdução a esta nova rubrica e, embora estejamos a anos luz de janeiro e de todos os acontecimentos que o decoram, tive de deixar uma primeira impressão do que achei! Muito bem, Sofs! ??✨
LYNE, IMPERIUM BLOG // CONGRESSO BOTÂNICO – PODCAST