Conheço demasiadas pessoas que dizem gostar da música da Taylor Swift, mas não da personalidade dela. Como se a conhecessem pessoalmente. Já eu adoro a música da Taylor e identifico-me muito com ela. No entanto, quem for apenas pela imprensa claro que pode ter uma noção errada dos acontecimentos.
Durante muito tempo senti que faltava algo que mostrasse ao mundo quem é a Taylor Swift, o que defende, aquilo em que acredita. O momento em que ela começou a falar de política foi o momento em que isso começou a mudar. O documentário Miss Americana, recentemente estreado na Netflix, veio mostrar aquilo que faltava ver sobre ela. No final, há ainda um presentinho para os fãs: o tema Only The Young, com uma história política importante.
I just need to make a better record... I'm making a better record.
O documentário começa com a Taylor ao telemóvel. Estão a anunciar os nomeados dos Grammy Awards e o álbum Reputation não está nos finalistas. Vemos a desilusão, mas depois há algo que muda. A Taylor afirma, com a certeza de quem não vai baixar os braços, que vai fazer melhor: I just need to make a better record, diz ela. I’m making a better record.
Este é o ponto de partida para acompanhar a Taylor a criar o Lover, álbum saído em 2019, mas não só. O documentário vai desde aquele momento polémico do Kanye West a ser uma besta e a interromper o discurso da Taylor nos VMAs de 2009 ao momento em que, pela primeira vez, a Taylor se posicionou publicamente na política, com tempo em estúdio, discussões com a equipa, uma reflexão sobre distúrbios alimentares, assédio sexual, a saúde da mãe, a solidão e o amor pelo meio.
A Miss Americana
Chorei muito ao longo do documentário. Não esperava fazê-lo, mas senti tanta honestidade naquilo que estava a ver que, como tem vindo a fazer há mais de 13 anos, estava a conseguir identificar-me com a Taylor a um nível que nem todos conseguem.
Há uma parte em que ela reflecte sobre como sempre quis ser vista como boa, boa pessoa, boa influência, e como isso se virou contra ela. Incentivaram-na, desde o início da carreira, a não dar opiniões, a aceitar tudo de bom grado, até ela perceber que tinha de ficar do lado certo da história. E o lado certo da história não é, como ela diz algures no Miss Americana, desejar um bom pride month e depois ficar calada quando há candidatos homofóbicos.
Amor e solidão
O Miss Americana é um documentário sobre fama e solidão, sobre amor e ódio. Mas é também um documentário sobre deixar as ideias dos outros de lado e seguir aquilo em que acreditamos, mesmo que não seja o que esperam de nós, o que querem de nós. É um documentário sobre usar a voz que temos para defender aquilo em que acreditamos. É importante fazê-lo, agora mais do que nunca, e está na altura de pararem de nos dizer que não devemos fazê-lo porque as meninas bonitas não o fazem.
É um documentário que vai além da música e da Taylor e vou voltar a ele certamente. E não é um documentário exclusivo para fãs: é um documentário para todos. Para ver e rever.
Achei interessante mas muito superficial. Há temas que mereciam ser explorados com mais profundidade e, no final, senti que o conteúdo acabou por ser muito pouco e que não acrescentou muito ao que já sabia dela…
Agree to disagree! ?
Desliguei-me um pouco do percurso dela, mas tenho alguma curiosidade em relação a este documentário 🙂
Se puderes, vê!