No terceiro episódio do Crise de Identidade falamos sobre festas de Natal na escola primária, receber prendas de que não gostamos e farófias. Muitas farófias.
É quase Natal!
Acho que não vale a pena dizer que este Natal vai ser diferente, pois não? Já o ouvimos cerca de noventa e quatro vezes. Mesmo com um alívio das restrições, é um Natal diferente. Mas não são todos?
Eu tenho uma relação de amor-indiferença com o Natal. Já tive anos em que ignorei o Natal ou em que não me apetecia sequer celebrar e já tive outros em que em Novembro já estava completamente entusiasmada com luzes e decorações, a ouvir Last Christmas duas ou três vezes por dia. Este ano acho que estou no meio termo.
Este ano as decorações cá em casa foram simples. Colocámos coisas na sala, cozinha e corredor, mas não fizemos árvore. Tive uma árvore de natal artificial, preta, durante para aí dez anos, mas estava a ficar estragada e deitámos fora depois do último Natal. Este ano optámos por não comprar nenhuma, portanto fica para o ano.
Festas da escola e bacalhau cozido
Quando era mais nova costumava haver um presépio grande em casa, depois deixámos de o fazer. Aquilo que mais me lembro dos Natais de quando era pequena são as festas da escola. Suponho que sejam parecidas em qualquer parte do país, mas numa aldeia pequenina do interior do país, onde a escola tinha umas dez pessoas, era algo absolutamente diferente. Foi nessa altura que aprendi a letra completa do “A Todos Um Bom Natal”, do Coro de Santo Amaro de Oeiras…
Para ser totalmente sincera eu nunca gostei muito desta coisa das festas de escola e também demorei anos a ganhar algum entusiasmo pelo Natal propriamente dito.
Não quero ser grinch, juro, mas há coisas dispensáveis no Natal. Bacalhau e couves cozidas? Mas é suposto ser uma época de celebração ou de sofrimento? Sopas de Natal? Meh. Ah, espera. Não sei se toda a gente está familiarizada com o conceito de sopas de Natal. Eu sou do distrito da Guarda portanto vou explicar em que é que isto consiste aqui: é um prato que inclui bacalhau, pão, massa e couve. E fica tipo sopa. Sem ser bem sopa. Não, não é grande coisa. Eu como, se tiver mesmo de ser, mas não fico a sonhar com isto durante dias…
Outro prato de que eu não gostava há uns anos era polvo. Agora já aprendi a gostar porque percebi que é bom se for bem feito. Caso contrário parece borracha. Uau, estou a ser grinch da comida. Mas não tenho só problemas com a comida. Comprar prendas é tããããoooo difícil. Escolher coisas para crianças é tramado. Quando conheces bem a pessoa até consegues acertar. Mas e quando compras algo com antecedência e achas que vais arrasar e chega o Natal e a pessoa para quem compraste já não se dá contigo? Ups.
Farófias, farófias everywhere
Pior do que isto só receber prendas más, não é? E receber prendas más não é receber meias. Não sei o que é que têm contra meias, mas nunca recebi meias feias. Não, não. Prendas más é receber uma manta vermelha, quando nunca na vida se usou essa cor. É receber marcadores de livros… sem livros. É receber um chocolate do mini preço quando se ofereceu de volta algo pensado.
Natal é difícil.
Nem tudo é mau, claro.
Primeiro, porque as luzes de Natal costumam ser bonitas e dão fotografias bonitas.
Depois porque há sobremesas. Arroz doce, rabanadas, sonhos de abóbora, farófias. Oh, sim, farófias. Eu ainda hoje acredito que a Mariah Carey escreveu “All I Want for Christmas is You” a pensar em farófias. Eu, pelo menos, é nisso em que estou a pensar.
Eu gosto muito de farófias, mas não como há anos. Nunca fiz e acho que me vou aventurar este ano, para matar saudades, mas ao mesmo tempo tenho algum receio de que não saiam tão bem quanto me lembro delas e, com isso, arruinar o Natal. Ou, vá, a sobremesa.
Fora as farófias não tenho grandes planos para o Natal. A minha mãe trabalha nesse dia, portanto devo passar o dia como passo todas as folgas: a ler, a ver séries ou filmes e a tentar escrever. E não, nos filmes não está incluído o Sozinho em Casa. Odeio o Sozinho em Casa.
Sei que isto pode ter sido o fim de uma bela amizade, mas simplesmente não gosto dos filmes. A minha tradição de Natal é ver A Dama e o Vagabundo e ver os episódios de Natal de How I Met Your Mother, mesmo já os sabendo de cor. É tradição!
E claro que a tradição também implica ouvir músicas de Natal de que gosto e preparei este episódio todo a ouvir uma playlist de Natal que tenho no Spotify. Acho que faz todo o sentido. Aliás, já reparaste que muitas músicas de Natal incluem sinos a tocar ou algo semelhante?
Bom Natal! Cuidado com as rabanadas! Ou será que lhes chamas fatias douradas?
O que me ri com este episódio 😀
Por acaso, vibro sempre imenso com o Natal, mas, este ano, estou no limbo. O facto de não me juntar com toda a família está a custar um pouquinho. Por outro lado, tenho-me divertido imenso com o Calendário do Advento.
Confesso que dispenso as farófias, mas não resisto a rabanadas ahahah
Hello 🙂
Por aqui sim, mega fã do Natal e este ano quase que ficava a passar em PT (passo sempre em Paris com as mães). Felizmente correu tudo bem. Seremos 4, sossegaditos em casa, à semelhança de outros anos.
Já espero os podcasts no apple podcast.
Beijinho*