No décimo quarto episódio de Crise de Identidade temos uma versão de Quem Quer Ser Milionário?, em que o vencedor ganha a oportunidade de se gabar. Vamos jogar?
Imagina que és confrontado com a frase: vou desligar das redes sociais durante uns dias. Onde é que és confrontado com esta frase?
Hipótese a: numa carta;
Hipótese b: num telegrama;
Hipótese c: através de chamada;
Hipótese d: numa rede social.
Disseste d? Boa! Acertaste!
Confesso que me diverti muito em pós-produção, a inserir sons de Quem Quer Ser Milionário na edição, mas também me diverti muito com as reacções. Ao ver algumas pessoas anunciar, nas redes sociais, que iam estar afastadas das redes sociais comecei a pensar ainda mais nisto.
O luxo de estar... online
Na bolha de pessoas privilegiadas que agora não têm problemas em pagar o acesso à internet, talvez seja normal pensar que estar offline é um luxo, mas admito que, para mim, estar online também o é. Basta olhar para os preços das telecomunicações em Portugal para perceber que aceder à internet é um bem de luxo, nem sempre acessível a todos e garantidamente impossível de comparar em todo o território.
Talvez nas grandes cidades seja fácil optar pelo serviço mais barato, mas e nas zonas do país onde só uma operadora funciona? Claro que tinha de ir ao tema de sempre: as limitações de muitos pontos do país.
Estamos obcecados com as redes sociais?
Há uma ponta de ironia no facto de dizer que se está farto das redes sociais numa rede social. Mas também há uma certa ponta de egoísmo. Parece que o dizemos apenas para ver se alguém se importa, se alguém quer saber. Lamento dizer, mas… ninguém quer saber.
Entre likes, partilhas e demasiado tempo passado a fazer scroll ao feed do Instagram, usei este episódio para pensar sobre a forma como ainda lidamos com as redes sociais.
