Quando o RED saiu, em 2012, eu era uma pessoa em pedaços. Depois de ter ignorado o Speak Now quase na totalidade (havemos de chegar à vez dele, eu sei), o RED fez com que jurasse amor eterno à música da Taylor… tudo porque, com 18 anos, me sentia a crumpled up piece of paper, totalmente free, confused and lonely. At the same time.
I was reminiscing just the other day...
O RED original saiu dias antes de eu completar 18 anos. Por aquelas semanas, eu era um ser despedaçado. O coração partido por um rapaz. A vida partida por não ter entrado no curso que queria e por não saber o que iria acontecer-me. Horas e horas passadas a chorar, muitas dúvidas, ainda mais medos. O RED foi o álbum que acompanhou o maior coração partido da minha vida, tocando maioritariamente as músicas mais tristes. Talvez por isso, durante alguns anos eu só ouvia algumas músicas, os hits, para evitar mais memórias do que aquelas que podia aguentar.
O RED tem um lugar especial para mim por causa das memórias e por ser um dos favoritos dos fãs. Fascina-me a forma como os fãs o adotaram de uma forma tão acolhedora, quase como se estivessem a dar um abraço à Taylor daquela era. Não é de admirar, portanto, que a chegada do Red (Taylor’s Version) viesse acompanhada de recordes, memórias e emoções, não necessariamente por esta ordem. Felizmente, veio também acompanhada de promoção e de vídeos!
Desde que foi anunciado, em junho, aguardei com grandes expectativas a chegada do mês de novembro para finalmente ter a sensação de quase ouvir pela primeira vez todo o álbum original, com muitas músicas from the vault a acompanhar. Quando escrevi sobre o Fearless (Taylor’s Version) falei do entusiasmo de ouvir um álbum novo com a vantagem de já saber as letras e acredito que isto vai ser o que vou sentir em relação a cada uma das regravações.
Para este caso, deixei de ouvir o RED original para aí um mês antes de a nova versão sair e, no dia 12 de novembro, não comecei o álbum pelo primeiro tema. Fui direita àquilo que mais esperava: All Too Well (10 Minute Version) (Taylor’s Version) (From The Vault). Depois, estava pronta para todas as memórias.
Happy, Free, Confused and Lonely
Nunca encarei o Red como um álbum incoerente. Sei que a própria Taylor chegou a mencionar esta multiplicidade de estilos que se encontram ali, mas eu nunca vi uma falta de coerência. Em vez disso, via a representação perfeita de 22 em todo o álbum: happy, free, confused and lonely. Uma boa representação da música, mas também de várias etapas de tentar superar um coração partido. Para mim, o Red tinha a mistura perfeita sobre esse coração partido e, honestamente, ainda não deixei de o ver assim e queria muito que os capítulos tipo-EP que são lançados para promoção do álbum fossem estes quatro sentimentos.
No entanto, há algo que mudou significativamente do RED de 2012 para o Red de 2021, além das maiúsculas: a voz da Taylor. Lembro-me de, em muitas músicas do álbum original, pensar que a voz dela parecia pouco segura, talvez por a voz falhar quando se fala de coisas que ainda magoam, não sei bem. Na regravação a voz dela está muito mais segura, mais poderosa. É uma mudança simples, muito contida, mas da qual gostei muito. E não foi a única. O instrumental de Girl At Home agrada-me muito mais na regravação.
A fasquia está muito elevada para as músicas from the vault
Já não vou a tempo de partilhar as primeiras impressões. Neste momento, são para aí as 50.ª impressões. Ainda assim, não são muito diferentes das primeiras. Quando um from the vault promete All Too Well (10 Minute Version) (Taylor’s Version) (From The Vault) só podemos esperar coisas incríveis. Primeiro All Too Well (10MV) (TV) (FTV) substituiu por completo a versão de 5 minutos e é absolutamente épica. Depois, a Nothing New (feat. Phoebe Bridgers) e a Forever Winter… wow. Tantos sentimentos! Se excluirmos ATW 10MV, estas são as minhas preferidas. São absurdas de boas e de tristes.
Além destas, existe I Bet You Think About Me (feat. Chris Stapleton), que é mesmo aquele toquezinho country de que o álbum precisava. E, claro, não podemos esquecer Babe, de que sempre gostei, e Better Man na voz da Taylor é tão bom.
Quanto às restantes from the vault… confesso que não achei nada de muito especial. Talvez a Run seja aquela de que mais gostei, mas Message in a Bottle não me conquistou completamente (embora dê perfeitamente para a cantar aos berros pela casa) e The Very First Night teve um efeito semelhante, embora ambas soem a transição para 1989.
Já das outras músicas que faziam parte do original, acho que, excluindo Girl At Home, de que passei a gostar mais agora, as minhas preferidas se mantêm, em ordem aleatória: I Knew You Were Trouble, I Almost Do, The Last Time (feat. Gary Lightbody), Holy Ground. Ainda assim, como tenho uma paixão muito pouco isenta por este álbum, de vez em quando tenho fases em que outras músicas invadem a minha vida por completo.
Omg, she’s insane, she wrote a song about me
Agora que a fasquia para os próximos from the vault se elevou a níveis absurdos, tenho a dizer que continuo muito entusiasmada por todas as regravações que ainda estão por vir, mas não estou pronta para dizer adeus a esta era. Tem sido tão boooooooooom! Mas, como já passaram mais de dois meses deste que o Red saiu, acho que podemos falar do que vem por aí. É o momento de comentário das teorias de swifties.
Acho que o próximo álbum vai ser o Speak Now, maioritariamente por toda a questão judicial à volta da Shake it Off, e gostava muito de que a teoria que vi no Tik Tok sobre o 1989 sair com duas versões — a versão pop e a versão country — fosse verdade, porque seria épico. Aliás, de teorias de Tik Tok, também gostava de um Speak Now sem featurings, por toda a história do álbum, e acharia épico uma participação do Harry Styles no 1989. Em termos de ordem de lançamento, divirto-me muito com as teorias e acho que a ordem será Speak Now > 1989 > Taylor Swift > reputation. Mas posso estar totalmente errada.
Para já, aproveitamos ainda o Red (Taylor’s Version).