sobre ter 14 anos outra vez e o fearless (taylor’s version)

Lembras-te daquele filme chamado De Repente Já nos 30? Aquele filme da Jennifer Garner, onde uma miúda de 13 anos está numa festa de aniversário e convencem-na a jogar aos seven minutes in heaven e, sozinha no escuro, ela deseja ter 30 anos. De repente, puf, ela tem 30 anos. Bem, eis o que me aconteceu. Era dia 9 de Abril de 2021. Eu tinha 26 anos. Comecei a ouvir um álbum novo no Spotify e de repente… tinha 14 anos. Que magia foi esta?, perguntas. Chama-se: Fearless (Taylor’s Version).

Vamos a uma pequena viagem pela avenida das memórias...

Quando o Fearless saiu para o mercado, eu tinha feito 14 anos dias antes. Por essa altura, entre música pesada, ia surgindo uma ou outra música mais leve e a Love Story era uma dessas músicas. As revistas de adolescentes daquela altura iam partilhando a letra, as rádios começavam a passar e eu até estava a gostar desta miúda que tinha uma música engraçada.

No entanto, a música que mudou tudo para mim naquela altura foi a You Belong With Me. Se te lembras do vídeo original, a cena em que a Taylor anda a cantar e dançar pelo quarto é totalmente representativa daquilo que era a minha própria interpretação da música. Os concertos que eu dava no meu quarto!

Começar a acompanhar a Taylor nesta altura mudou a minha vida e, de certa forma, deu-me uma figura feminina com quem me podia identificar: fosse pelos dramas de adolescente, fosse por escrever histórias de amor, fosse porque quando fiz 15 anos já tinha a letra de Fifteen totalmente entranhada.

Head First, Fearless

Nos tempos do Fearless, ouvir música não era tão simples para mim. Ou dava na rádio ou seria maioritariamente ouvida através de downloads com qualidade manhosa, que alguém arranjava no computador de casa. Naquela época, estas músicas representavam aquilo que estávamos a viver, no momento exacto em que o vivíamos.

Ouvir Fearless (Taylor’s Version) dá uns ares de nostalgia da adolescência, mas de forma diferente. Não há o peso do drama, apenas a leveza das memórias. Mas o que mais senti ao ouvir esta Taylor’s Version foi força e orgulho.

Talvez já não seja novidade que estas regravações vêm com o objectivo de a Taylor recuperar o trabalho dela. Parece não fazer sentido que um artista crie algo e depois não seja dono do que cria, mas é real. Acontece na música, mas não só. Ver a Taylor voltar a ser dona do trabalho dela é algo com um significado maior do que a própria música. Só por isso, claro que todas as regravações são especiais, mas, claro, há a música…

O entusiasmo de ouvir um álbum novo, com a vantagem de já saber as letras

Apesar de se ter especulado, a certo ponto, se a Taylor faria versões diferentes das músicas, acho que faz todo o sentido mantê-las iguais, embora totalmente diferentes. Por um lado, não deixa de ter a essência inicial das músicas. Por outro lado, cumpre o propósito de tirar valor à gravação original (e de lixar aquela gente toda).

Há umas semanas, com alguma culpa incluída, andei a ouvir o álbum original e ao ouvir a Taylor’s Version parece que estou a ouvir uma versão melhorada, mais bonita, limpa e segura. É curioso notar a pronúncia diferente, a voz mais madura e até os arranjos mais trabalhados e é tão bom voltar a sentir-me em 2008, sem os dramas da vida dessa altura.

Toda esta nostalgia deixou-me a pensar no quanto evoluímos desde aqueles tempos. Evoluímos, no plural, porque, lá está, sempre senti muitas semelhanças na minha escrita e na da Taylor. Ambas escrevíamos sobre o que nos ia na alma e no coração, ambas fomos largamente acusadas de escrever demasiado sobre ex-paixões, ambas tivemos problemas de reputação e ambas nos reinventámos na forma de escrever… bem, ambas, mas em dimensões muito diferentes, eu sei.

Mas vejo-nos naquela época e compara-nos a agora e não consigo deixar de notar o quanto crescemos. Pelo menos, a Taylor…

Primeiras impressões das músicas from the vault

Apesar de estar muito entusiasmada para ouvir as músicas que já conhecia, acho que estava ainda mais entusiasmada para ouvir as músicas from the vault, músicas que nunca tinham sido lançadas. O facto de um álbum que já conhecíamos trazer coisas que não fazíamos ideia de que existiam tornou tudo ainda mais poderoso. Imagino que deva ser gratificante poder finalmente mostrar músicas que ficaram perdidas no baú.

Acho que este conjunto de seis músicas vai ser aquele que mais vou ouvir nos próximos tempos e, por isso, talvez as primeiras impressões deixem de ser as prevalentes, mas, para já, as minhas favoritas são Mr. Perfectly Fine (Taylor’s Version) (From The Vault) e That’s When (feat. Keith Urban) (Taylor’s Version) (From The Vault).

Como muitas outras pessoas, estou muito curiosa para ouvir outras músicas from the vault. Se as do Fearless (Taylor’s Version) têm esta qualidade, imagina as outras, não é?

Quanto às restantes, surpreendi-me com o quanto a Forever & Always (Piano Version) (Taylor’s Version) me emocionou, já cantei no carro, aos berros, por duas vezes, a You Belong With Me e redescobri um amor perdido pela Hey Stephen.

Pacientemente aguardando as restantes regravações

Depois desta trip down memory lane, cheia de nostalgia, confesso que fiquei ainda mais desejosa de ouvir as restantes regravações. Sei, claro, que reviver o RED (Taylor’s Version) vai trazer muito do coração partido daquela época e mal posso esperar para ouvir o 1989 (Taylor’s Version) e todas as músicas from the vault daquele que ainda é o meu álbum preferido dela. Mas, sobre as minhas histórias pessoais sobre esses álbuns, falamos na altura deles.

Agora é altura de reviver a adolescência e pensar em todas as histórias de amor e desamor que ainda habitam em mim desde esses tempos. Nem acredito que a Taylor Swift conseguiu concretizar viagens no tempo. Que rainha!

 

O Fearless (Taylor’s Version) e a minha banda sonora actual são totalmente owned by Taylor Swift.

 

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