O amor talvez seja algo parecido com isto.
Escrevi num conto, há uns meses, uma frase que adoro porque sinto que me define — e, sinceramente, talvez defina parte desta geração: Lemos Sally Rooney, ouvimos Taylor Swift e fingimos ter aprendido tudo o que havia a aprender sobre amor, mas depois não sabemos o que fazer com ele.
Tento perceber o que é o amor há demasiado tempo. Procuro definições. Leio histórias sobre ele. Vejo filmes sobre ele. Ouço música sobre ele. Mas continuo sem saber quando é ou não amor. A definição do Priberam diz que é um sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela que se sente afeição ou atração.
O amor talvez seja algo parecido com isto.
Encontras uma pessoa e só queres protegê-la. Encontras uma pessoa e davas tudo para que ela tivesse tudo o que merece. Encontras uma pessoa e sabes que vais fazer tudo o que puderes para melhorar a vida dela. Encontras uma pessoa e parte-te o coração quando a vês sofrer e não tens como ajudar.
Não é aquela sensação de tudo ser perfeito e espectacular. É aquela sensação de todas as imperfeições criarem alguém fascinante. São as conversas ao escuro, os silêncios e as confissões inesperadas. São aquelas trocas de olhares facilmente traduzíveis, aquela noção de que vais construindo o puzzle que é a outra pessoa devagar, mas cada peça encaixa facilmente, aquela parte difícil de saberes quando tens de te manter à distância mesmo quando querias estar ali ao lado.
O amor talvez seja algo parecido com isto.
A certeza de que o teu coração não é mais teu. A certeza de que contigo ou é tudo ou vale nada. A certeza de que a parte fundamental é saberes respeitar aquilo de que a outra pessoa precisa.
O amor talvez seja algo parecido com isto, mesmo quando não sei bem o que é o amor. Mas talvez seja algo parecido com isto que me fazes sentir quando eu quase tenho a certeza de que sou a tua melhor amiga. Talvez seja algo parecido com esta preocupação que me invade enquanto analiso cada bocadinho das olheiras que carregas. Talvez seja algo parecido com esta sensação perturbadora de que amar-te significa estar disposta a perder-te. É, o amor talvez seja algo parecido com isto.
Há alturas em que sinto que, quanto mais vivemos, menos conseguimos definir o amor, porque pode manifestar-se de várias formas, ter os mais distintos significados. E, talvez, a sua beleza seja mesmo essa
E não é tão curioso como a definição de amor se transforma consoante as pessoas da nossa vida mudam? Acho que cada um desperta um sentido diferente, seja pela nossa maturidade, pelos desejos que carregamos, ou mesmo pelas expectativas que criamos… O amor assume tantas facetas!!
Lyne, Imperium Blog