Deixa-me começar por te contar algo sobre Alberto Manguel. Eu não sabia quem ele era antes de 2019. Até posso ter ouvido falar dele antes, mas se isso aconteceu apagou-se completamente da minha memória. Quando fui trabalhar para a Bertrand o nome dele surgia em todo o lado. Para mim, a Bertrand sempre foi a livraria dos intelectuais, por isso não me admirava que conhecessem outros intelectuais que eu, licenciada em Jornalismo, não conhecia. Calhou que, mais tarde, fui para um mestrado em Estudos Literários, onde, claro está, Manguel surge constantemente. Desta vez já sabia quem ele era e analisámos alguns textos dele em várias cadeiras. Foi por achar que tinha uma falha perante a intelectualidade exigida num mestrado como o meu que, no outono de 2021, entrei na Fnac de Santa Catarina e trouxe Uma História da Leitura, depois de ter ouvido falar sobre ele numa aula.
Deixei-o andar lá por casa. Cumprimentei o sr. Manguel meses mais tarde, quando a Universidade do Porto atribuiu o grau de doutora à Margaret Atwood, e mesmo assim não tinha lido o livro dele. Chegou fevereiro e eu achei que, talvez, esta seria uma boa leitura para tentar recuperar algum foco e trabalho na tese. Na verdade, penso fazer uma publicação no final com os livros que li para a mesma, à semelhança do que fiz nos dois semestres passados, mas este livros surpreendeu-me tanto que decidi que merecia uma publicação só dele.
Esta publicação inclui links de afiliado.
Uma História da Leitura
Não há muito a dizer enquanto sinopse deste livro além de que é, de facto, uma história da leitura. Uma, porque certamente haverá outras histórias, outras perspetivas. Manguel traça esta história com um toque muito pessoal. Cada parte da história é contada em forma de ensaio, mas estes ensaios são uma leitura muito tranquila e em nada se parecem com tantos outros ensaios que muitas vezes temos de ler.
A relação primordial entre escritor e leitor apresenta um paradoxo maravilhoso: ao criar o papel de leitor, o escritor decreta a morte do escritor, já que, para um texto ser terminado, o escritor deve retirar-se, deixar de existir. Enquanto o escritor estiver presente, o texto permanece incompleto. Só quando o escritor o abandona é que o texto começa a existir.
Não sei se alguma vez escolheria este livro se não tivesse sido recomendado numa cadeira do mestrado e não sei se o teria lido no momento em que li se não achasse que ia encontrar algum alento para a tese. No entanto, gostei muito de o ler. É uma experiência um tanto curiosa, ler sobre ler.
Para mim, não foi daqueles livros que lemos de seguida. Em vez disso, ia lendo um capítulo ou dois por dia. Como há uma componente de aprendizagem envolvida, foi a forma que melhor funcionou para mim.
Título original: A History of Reading
Título em português: Uma História da Leitura
Autor: Alberto Manguel
Ano: 1998 (PT: 2020)
Comprar*: Wook
*ao comprares através destes links eu ganho uma comissão
O nome soa-me familiar há algum tempo, mas nunca li nada de Alberto Manguel. Aliás, já várias vezes disse, para mim, que teria de colmatar esta falha, mas, até hoje, continuamos assim… a conhecer só o nome *ups*
Vou adicionar este à lista, fiquei curiosa.