taylor swift: speak now (taylor’s version)

Há uma gaveta em casa da minha mãe onde reside o único item de merchandising swiftie que tenho: o perfume Wonderstruck. Eu ter este perfume é uma história de acaso e sorte. Eu ainda era uma swiftie em crescimento, nem sequer tinha álbuns dela, mas recebi o perfume no verão, oferecido por tios que o trouxeram da Alemanha. Guardei-o intacto durante anos e usei um bocado em 2019, durante a era Lover, mas ele continua em casa, com um fundo por usar e como sinal de que a era Speak Now original não me passou totalmente ao lado. Mas quase.

I had the time of my life with you

Deixa-me situar-te na minha vida a 25 de outubro de 2010, quando saiu o Speak Now original. Tinha começado o 11.º ano há pouco tempo e o álbum que mais ouvia por esses dias era o A Thousand Suns, dos Linkin Park, saído umas semanas antes. Da Taylor, ouvia Love Story, Fifteen e You Belong With Me e meio que o lançamento do Speak Now me passou ao lado. Só no ano seguinte, numa conversa no Twitter, fui descobrir um bocadinho o álbum. Não muito. Na altura eu queria ouvir as músicas que os rapazes de quem gostava ou que eram fixes e populares ouviam e, por isso, foi uma altura em que comecei a ouvir muita música que ainda hoje ouço (agora por mim e não por rapazes): The Kooks, Arctic Monkeys. Mas, claro, eu vinha de Linkin Park como banda preferida (e assim continuo) e de Paramore e Kings of Leon.

Da era original, lembro-me de ouvir Better Than Revenge, Enchanted e Back to December. Mas meio que deixei o álbum passar despercebido e voltei no Red (que também é o meu álbum de coração partido). Só depois do 1989 voltei a ouvir o Speak Now com mais atenção, por isso estava muito entusiasmada para poder ter uma era Speak Now quase em primeira mão.

Acho o Speak Now um álbum especial. Uma miúda de 18 anos a ganhar prémios atrás de prémios, a viver todos os dramas de ter 18 anos, a ser despedaçada, a levar com críticas negativas só porque sim, a ter um gajo de 32 anos dizer em frente a todo o mundo que o vídeo dela não merece o prémio que ganhou, a ter outro gajo de 32 anos a dizer-lhe sabe-se lá o quê… 18 anos é uma idade complicada, em que a realidade e a fantasia das histórias bonitas entra em colisão, em que ainda acreditamos no amor, mas já estamos assombrados. E ela vai e escreve um álbum inteiro sozinha. Na altura muitas pessoas duvidavam de que ela escrevesse realmente as músicas dela e achavam que, nas colaborações, ela nem devia escrever.

Por ser um álbum totalmente self-written é, claro, um álbum especial e tem uma das músicas mais especiais (e que mais quero ouvir ao vivo, sinceramente) da Taylor: Long Live.

I was enchanted to meet you

A nível de produção, acho que esta é a regravação em que se nota mais a diferença para a versão original. O álbum está mais trabalhado agora, tem mais camadas de voz e até os instrumentais têm pormenores e guitarras diferentes. Isto, para mim, não é um problema… porque meio que gosto mais desta produção.

No entanto há uma certa camada de nostalgia. Seria impossível ter os vocais da Taylor de 2010 e, à semelhança do que aconteceu com o Fearless, fica uma certa nostalgia de se perder a voz de menina. Felizmente, perdeu-se a voz de menina e ganhou-se a voz incrível que a Taylor tem trabalhado ao longo dos anos e é um ganho.

Tal como já disse, Long Live é uma das minhas favoritas deste álbum, a par de Better Than Revenge, Enchanted e Dear John. E, se ainda não consigo cantar o verso novo de Better Than Revenge, estou maravilhada com o quanto Dear John soa ainda melhor, como se isso fosse possível.

E as músicas from the vault?

Bem, Taylor, queria só dizer que mantiveste no vault, durante 13 anos, uma música que entrou automaticamente para o topo das minhas preferidas de sempre: Timeless. Adoro uma boa música de amor da Taylor e esta é das melhores. Ouçam-na com a Daylight e têm pura perfeição.

Depois, adoro, adoro, adoro: o Speak Now é um álbum com algum rock e este vault não lhe ficou nada atrás. I Can See You é incrível e estou muito feliz por ser single. Electric Touch, com Fall Out Boy, é tudo o que precisava de ter e não sabia. Castles Crumbling, com a Hayley Williams, é um prelúdio de Nothing New e uma antítese de Long Live e é incrivelmente triste e bonita. Foolish One é tão eu aos 19 anos que nem sei como explicar melhor. E When Emma Falls In Love tem uma aura de Enchanted com quem me dera ser a minha melhor amiga que eu adoro.

E daqui para onde seguimos?

Quando escrevi sobre o Red (Taylor’s Version) disse que acreditava que o Speak Now seria o próximo. Acertei e, só por isso, merecia um bilhete para a Eras Tour. No entanto, neste momento acho que a ordem de regravações é 1989 > reputation > Taylor Swift. Porque acredito que deixar o primeiro para o fim tem um significado bonito. E acredito que todos virão ao longo da Eras Tour. Para já, seguimos para aproveitar este álbum ao máximo.

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